Rede de investigação na área do têxtil
UBI aliada a Mulhouse e Minho

Com Bolonha no horizonte, a Universidade da Beira Interior, a Universidade do Minho e a Université de Haute Alsace uniram-se tendo em vista a realização de projectos de grande dimensão na área do têxtil. A oportunidade foi aproveitada para debater o futuro da formação nesta área.


Por Catarina Rodrigues

Marc Renner (à esquerda), ao lado do reitor da UBI

A Universidade da Beira Interior, a Universidade do Minho e a Université de Haute Alsace decidiram unir-se de forma a conseguir financiamento para projectos de investigação. A ideia foi revelada durante um encontro entre as três instituições que decorreu na UBI nos dias 6 e 7 de Fevereiro. Segundo Rui Miguel, presidente do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da UBI, “foi um encontro extremamente proveitoso que mostrou escolas com grande vontade de colaborar e cooperar, o que só por si é extremamente positivo”. O responsável explica que “o novo quadro comunitário de apoio vai privilegiar projectos de grande dimensão suportados por redes de centros de investigação de várias escolas”. Os departamentos da área têxtil destas três universidades pretendem assim ver concretizados os seus objectivos. Rui Miguel lembra que “há ideias, há áreas de actuação, há trabalhos a ser desenvolvidos, mas é preciso criar condições para que tudo isso se concretize e é necessário financiamento”.
Marc Renner, director da Ecole Nationale Superieure des Industries Textiles de Mulhouse (ENSITM), da Université de Haute Alsace, mostrou-se “muito satisfeito” com os resultados conseguidos neste encontro. “ Definir uma nova base de cooperação entre as universidades ao nível da investigação é fundamental”, refere o responsável. Maria Elizabete Silva, directora do curso de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho, referiu também a importância que esta rede de investigação poderá ter. “Foi muito importante para a Universidade do Minho ter sido convidada para este encontro”, acrescentou.




Bolonha como pano de fundo

Debater o futuro do ensino e da investigação na área têxtil foi o principal objectivo desta iniciativa realizada na UBI. Uma oportunidade para apresentar os vários projectos e formações em vigor nas três instituições, mas também uma possibilidade para apresentar ideias no âmbito dos desafios lançados pelo Processo de Bolonha.
Maria Elizabete Silva explica que “em termos de escola de engenharia, a Universidade do Minho, decidiu implementar o mestrado integrado (5 + 0) e o processo está terminado, a única excepção serão os cursos na área das TIC onde será implementado o sistema 3 + 2” . A responsável congratulou-se ainda com “a oportunidade de conhecer o que se está a fazer em França, quer a nível pedagógico quer a nível de investigação”.
Marc Renner considera que “o mais importante no processo de Bolonha é a possibilidade de mobilidade dos estudantes por toda a Europa, que será assim facilitada”. Renner lembrou que “o problema da falta de alunos não é um problema unicamente português. O director da ENSITM teve ainda oportunidade de conhecer os laboratórios da UBI, na área das engenharias, que considerou serem “impressionantes”.
Rui Miguel diz que a UBI retirou “ideias interessantes” desta iniciativa. “Estamos já a traçar a estratégia do nosso Departamento para a integração em Bolonha”, sublinha.
As três universidades traçaram, neste encontro, projectos e ideias de ligação e estão já a agendar encontros especializados para que efectivamente possam começar a trabalhar em projectos concretos. Rui Miguel acrescenta que este é também “o relançar das relações entre Mulhouse e a Covilhã, que tiveram início há algumas décadas atrás”.