O primeiro-ministro anunciou na semana passada a conclusão da ligação à Internet em banda larga em todas as escolas públicas do País. Mas na região, de onde José Sócrates é originário, há ainda muitos estabelecimentos de ensino sem Internet a alta velocidade e outros onde o material, obsoleto, não permite trabalhar em condições.
Segundo um levantamento feito pelo Sindicato dos Professores da Zona Centro, junto dos agrupamentos escolares, na Cova da Beira o Fundão é o concelho com mais escolas onde a banda larga ainda não chegou. O agrupamento de Alpedrinha é o caso mais flagrante. Aqui, há seis estabelecimentos do primeiro ciclo sem a tão apregoada cobertura de banda larga. São os casos da Atalaia do Campo, Castelo Novo, Póvoa da Atalaia, Póvoa Palhaça, Quintãs e Soalheira.
Carlos Costa, representante do Sindicato, adianta que se trata de um agrupamento onde há várias antigas escolas primárias com um número reduzido de alunos. E conjectura que a não instalação da Internet a alta velocidade nestes locais pode ter a ver com a possibilidade de virem a encerrar.
De acordo com o sindicalista, também no concelho da Covilhã a cobertura de banda larga não é total. É o caso de escolas do primeiro ciclo ligadas ao agrupamento do Tortosendo. A justificação tem a ver com o facto de a Portugal Telecom (PT) ainda não ter efectuado a ligação. Um problema que Carlos Costa prevê que possa ter uma “resolução rápida”.
Em Belmonte a banda larga já foi instalada em todos os estabelecimentos. Mas surgem outras queixas, que se prendem com o material obsoleto. As escolas dizem que os computadores são velhos, por vezes avariam e surgem dificuldades para trabalhar com estes meios.
Fora da Cova da Beira, mas noutro concelho próximo, Penamacor, a rede também não está concluída. A escola do Meimão também não beneficia ainda de banda larga. Carlos Costa faz saber que a Escola Ribeiro Sanches informou que isso se deve a estar longe da sede do agrupamento.
Internet em todas, algumas com computadores “obsoletos”
Dulce Pinheiro, do Sindicato dos Professores da Região Centro, diz que não têm esse levantamento feito, para falar com rigor. A sindicalista frisa, no entanto, que todas têm acesso à Internet, mas sublinha que tem também conhecimento de queixas no que toca ao material. “Algumas escolas queixam-se que o equipamento não permite potenciar essa ferramenta”, salienta. E fala em computadores que se vão constantemente abaixo e material antigo. A escola de Peraboa é um dos casos de que se lembra.
Carlos Costa entende que a situação não é muito negativa porque, na generalidade, as escolas estão apetrechadas com novas tecnologias. Por outro lado acentua que as novas tecnologias são uma das áreas privilegiadas na formação de professores, para os manter a par das novidades. Até mesmo porque, acrescenta, muitos, na sua formação, não tiveram contacto com a informática, porque ainda não estava democratizada. E portanto há professores para quem é um esforço que fazem, acompanhar os alunos nesta matéria.
Este responsável sindical espera ainda que a aposta anunciada nas tecnologias “não se fique apenas por formar profissionais na área, mas que seja utilizada por todos como uma ferramenta activa de conhecimento”.
Em Fevereiro de 2004 foi lançado um concurso público internacional para o fornecimento de serviços de voz e acesso à Internet em banda larga às escolas do ensino básico e secundário. Em Outubro desse ano foi assinado um contrato com a PT, que começou a instalação o ano passado. As velocidades de ligação variam entre os 512 kilobits por segundo e dois megabits por segundo. |