Foi com um discurso aguerrido e repleto de críticas à área do desporto que Laurentino Dias marcou a sua visita à Covilhã. Numa Universidade onde “se formam profissionais para uma área fundamental”, segundo o representante do governo, foram convocados todos os interessados na questão desportiva a participar num debate nacional.
A abertura do Congresso do Desporto passou pela Covilhã. Laurentino Dias aproveitou um anfiteatro repleto de atletas, dirigentes associativos e responsáveis políticos para mostrar o que vai mal no desporto.
O responsável pela pasta da Juventude e do Desporto afirmou que no próximo mês vai levar à Assembleia da República uma nova Lei de Base do Desporto. Com a actividade desportiva “a sofrer de graves problemas de saúde” é necessário “agir enquanto é tempo”, adianta Dias.
Em Portugal “não é possível continuar a ouvir queixas em relação ao desporto”. Isto porque, “gastam-se dez mil euros por dia, só para a Federação Olímpica” e sempre que os atletas representam a selecção das Quinas “criticam a falta de apoios”. Este exemplo dado pelo secretário de Estado precedeu o dos pavilhões multiusos “e afins”. Segundo Laurentino Dias, “foram-se construído pavilhões para feiras, festivais e bailes, menos para desporto”. Isto porque, “cada vez existem menos associações a quererem apostar nas actividades desportivas”.
O cenário “está negro, mas vai mudar”, refere o secretário de Estado. Na sua intervenção, o representante do governo anunciou que no próximo ano lectivo, 2006/2007, todas as escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico vão ficar servidas com profissionais para que os alunos tenham acesso à prática de Educação Física. Este ano foi a vez do Inglês, “no próximo é a ginástica”.
Profissionais são imprescindíveis
O secretário de Estado não esqueceu o facto de estar numa Universidade com a licenciatura em Ciências do Desporto. Laurentino Dias estudou bem a lição e começou por referir “o papel importante que estes profissionais desempenham no mundo desportivo”. Um facto “a que todos deveriam dar a devida atenção”. Isto porque, na maior parte das vezes, segundo este responsável, “os clubes, as instituições e outros tendem a minimizar o papel destes profissionais”.
Para além dos elogios, Laurentino Dias acrescentou também a necessidade de dotar as Universidades portuguesas com cursos na área do desporto, “das infra-estruturas e dos equipamentos apropriados” para que os alunos consigam aprender e praticar todas as modalidades desportivas. |