Um projecto da UBI que se estende a 13 escolas da região
Investigação parte da Universidade
O estado dos números

Está criada uma parceria entre a UBI e 13 estabelecimentos de Ensino da região para estudar os resultados obtidos na disciplina de Matemática. Uma investigação pioneira no País que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.


Por Eduardo Alves


Eficácia Escolar no Ensino da Matemática (3EM) assim se denomina a investigação apoiada pelo Departamento de Matemática da UBI e pela Fundação Calouste Gulbenkian que passa agora a envolver 13 escolas da região. Um projecto único em Portugal que tem como principais metas “estudar a magnitude dos efeitos escolares, das propriedades científicas, identificar os factores de aula, de escola e de contexto que contribuem para que uma instituição se diferencie na promoção do sucesso educativo”, explica Maria Eugénia Ferrão, coordenadora de todo o projecto.
Uma análise longitudinal que vai decorrer dentro dos próximos três anos e abrange alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico nas escolas da Cova da Beira. No passado dia 25 de Janeiro foram assinados os protocolos com os estabelecimentos de Ensino que estão ligados a este projecto. Desta forma, no início e no final de cada ano, cerca de 1800 alunos vão responder livremente a um questionário específico. Os itens que compõem esse teste estão pensados para dar resultados que vão ser alvo de tratamento científico “e que vão dar alguns esclarecimentos sobre o aproveitamento escolar e sobre a disciplina de Matemática”, reiteram os promotores da ideia.
Parceiros nesta iniciativa estão os agrupamentos escolares dos concelhos de Belmonte, da Covilhã e do Fundão, através das escolas de Belmonte, Pêro da Covilhã, Teixoso, a Lã e a Neve, Tortosendo, Campos Melo, Quinta das Palmeiras, Frei Heitor Pinto, Entre Ribeiras, Serra da Gardunha, João Franco, Silvares e Eugénio de Andrade. Os estabelecimentos de Ensino vão ter acesso privilegiado às conclusões do estudo, e a várias iniciativas promovidas pela UBI, como colóquios, aulas abertas e outros.
Dentro de seis meses será possível apresentar já alguns resultados preliminares, “uma vez que os primeiros inquéritos distribuídos aos alunos dos ciclos de Ensino em análise começaram em Junho de 2004” , adiantam os responsáveis. Os primeiros dados definitivos vão estar prontos dentro de três anos. Segundo a responsável por toda a investigação, projectos desta natureza são importantes “para que se tenha um conhecimento efectivo das razões que levam ao insucesso escolar”. A equipa técnica desta iniciativa está a trabalhar no Departamento de Matemática da UBI e conta com seis investigadores e cinco docentes.
Manuel Santos Silva, reitor da UBI destacou a importância deste projecto “não só para a UBI, como para as escolas envolvidas, e para o futuro do Ensino”. Na óptica do responsável máximo pela instituição de Ensino Superior, “a aprendizagem também passa pela avaliação”. Santos Silva aproveitou o momento para mostrar aos responsáveis dos estabelecimentos de Ensino Secundário o caso da UBI. “Só este ano, mais de 3 mil e 500 alunos responderam já aos inquéritos sobre a instituição, os docentes, e muitos outros aspectos”. Resultados com os quais, “se pode ter um conhecimento profundo da Universidade”. O momento serviu também para lembrar que a UBI “é uma instituição que pertence a todos”, daí que as relações entre as escolas, a comunidade envolvente “”passem por uma maior abertura e por uma presença assídua, de todos, nos projectos e nas iniciativas da UBI”.