A Câmara do Fundão inaugurou na passada semana, na Póvoa da Atalaia, uma estátua alegórica à poesia de Eugénio de Andrade, na sua terra natal, que serviu de homenagem ao autor que completaria, caso estivesse vivo, 83 anos. O local escolhido foi o “Lugar da Casa”, o sítio onde Eugénio de Andrade costumava brincar nos tempos de infância, e a cor do bloco em mármore intitulado “Interminavelmente”, esculpido por Valeriano Hernandez, artista de Salamanca (Espanha), foi o rosa. A cor preferida do escritor, segundo Arnaldo Saraiva, presidente da Fundação Eugénio de Andrade. Manuel Frexes, presidente da Câmara do Fundão, diz que a escolha de uma peça de escultura de tom abstracto, ao invés de uma representação da figura do poeta, tem como justificação o facto de se querer imortalizar a obra e não tanto o homem.
Segundo o autarca, a figura de “Interminavelmente” assemelha-se a uma pessoa sentada a trabalhar, estabelecendo assim um paralelismo com Eugénio de Andrade que trabalhou toda a vida “em torno da arte”.
A cerimónia classificada por Frexes de “simples e íntima” serviu para recordar que o poeta “estará sempre presente no nosso coração, como exemplo daquilo que a nossa comunidade teve de melhor”. |