Entretenimento e muito mais

Madonna

Madonna está de regresso… a todo o lado. Das pistas de dança à rua… da MTV ao transístor do automóvel, é impossível escapar-lhe. Se é genialidade ou marketing pouco interessa. O certo é que ela voltou, e toda a gente ouve, e toda a gente dança, e toda a gente agita os braços no ar e dá pulinhos de contente.
Se é ou não genuíno também é uma questão que não se coloca, porque já se viu perfeitamente, desde “Music”, que a cantora/bailarina já não faz música para si… fá-lo para a televisão e para a rádio e para manter um certo status de artista que se recusa a baixar os braços e a deixar o tempo passar por si.
Ao contrário dos anos 80 e 90, Madonna já não quer marcar nenhuma posição. Nem tampouco chocar consciências mais conservadoras. Agora limita-se a ser mais uma entertainer. E a música não tem outra função que não seja a de (mui nobremente) divertir quem quiser deixar-se divertir.
Por isso, também, a actualidade dos temas é manipulada. Não há qualquer pretensiosismo. Não quer parecer algo que não é. E então, descaradamente, vão-se buscar referências da disco dance dos 70's e dos 80's na forma de samples e riffs , mas também na própria voluptuosidade das letras.
“Confessions on a dance floor” nunca será uma referência, nem para a carreira de Madonna, nem para a pop em geral. É inócuo, é supérfluo, é um filme visto uma cem vezes. Do ponto de vista do entretenimento, porém, é uma mais valia que não deve ser desperdiçada. Até porque, dentro do género, aquela mistura de electro-pop-dance, poucos sabem do mister tão bem quanto Madonna.