AAUBI apoia bombeiros
Exemplo a seguir

Para provar que a associação académica “não é um clube de festas”, os responsáveis da “Casa Azul” entregaram um cheque de 2 mil e 500 euros aos Bombeiros Voluntários da Covilhã. A verba resulta da venda dos bilhetes da última Recepção ao Caloiro em que por cada ingresso vendido, 50 cêntimos revertiam a favor dos soldados da paz. O gesto foi classificado de “exemplar” pelos bombeiros.


Por Eduardo Alves

Os responsáveis pela "Casa Azul" entregaram um cheque no valor de 2 mil e 500 euros aos Bombeiros da Covilhã

A cerimónia queria-se simples mas marcante. O resultado de uma campanha de solidariedade estava patente na cópia ampliada do cheque passado pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) com destino aos Bombeiros Voluntários da Covilhã (BVC).
Durante a Recepção ao Caloiro de 2005, os estudantes destinaram 50 cêntimos em cada ingresso vendido no pavilhão da ANIL para os bombeiros. A quantidade angariada foi agora entregue à corporação da Covilhã e vai servir para um aparelho de suporte vital de vida, a incluir numa ambulância de emergência médica.
Paulo Ferrinho, um dos responsáveis pela Comissão de Gestão que cessou agora funções deu voz aos estudantes para sublinhar este gesto. Na óptica de Ferrinho, esta é uma iniciativa que surgiu no sentido “de mostrar que a associação não é um clube de festas onde meia dúzia de indivíduos organizam uns bailes e pouco mais”. Pela voz emocionada de Ferrinho, a comissão de gestão apresentou este “como um dos muitos actos levados a cabo para dignificar a AAUBI”.
A “grande credibilidade “ agora conseguida junta-se “à saúde financeira” que actualmente se regista na “Casa Azul”. Dois objectivos “cumpridos na integra” e que os elementos da comissão prevêem ser continuados pelo candidato único à academia, Bruno Carneiro. Foi já pelas mãos deste que o responsável pela corporação da Covilhã recebeu o cheque de 2 mil 533 euros.
Emídio Martins, presidente dos bombeiros classificou o gesto dos estudantes como “um acto exemplar de solidariedade a ser seguido por muitos outros”. Este responsável confessa-se algo desapontado com certas atitudes de entidades estatais “que acabam por não ajudar as corporações de bombeiros, quando era esse o seu dever”. A quantia angariada pelos estudantes vai agora servir para ajudar a comprar um aparelho de suporte vital de vida que mede vários parâmetros do corpo humano e vai ser utilizado numa ambulância de emergência médica. Uma ferramenta orçada em 25 mil euros e que “os bombeiros há muito vinham pretendendo adquirir”.




Defender os estudantes

Este gesto de partilha e entreajuda promovido pela academia da UBI visa também “dar uma outra imagem dos estudantes universitários”. Ferrinho adianta que os próximos responsáveis pela “Casa Azul” vão ter a “árdua tarefa de continuar este objectivo”.
A cerimónia que decorreu numa das unidade hoteleira da cidade serviu também para enviar recados aos responsáveis pelas instituições de Ensino.
Ferrinho que está agora de saída da comissão de gestão lembrou, mais uma vez, o trabalho realizado por este grupo ao longo de seis meses. A dívida da AAUBI foi paga “em mais de 70 por cento, a credibilidade está a ser reposta e os estudantes conseguem ter na associação um forte apoio”. Sobre este assunto, Ferrinho teceu alguns comentários à forma “como as políticas pedagógicas e os métodos de avaliação são contrários ao associativismo estudantil”. Estas são algumas das razões apontadas por Ferrinho para justificar o aparecimento de uma lista única à associação.
Na óptica deste membro da “Casa Azul”, “há que perceber que os estudantes que se dedicam ao associativismo e ao voluntariado fazem-no por uma nobre causa, e não para se baldarem às aulas”. Ferrinho vai mais longe e adianta mesmo que “as novas regras de Bolonha prevêem créditos para os estudantes que participam, de forma activa, nas associações”. Daí que, segundo os elementos da AAUBI seja tempo de dignificar também a imagem do dirigente estudantil.