O presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) reuniu na passada semana, com responsáveis da ENATUR – Pousadas de Portugal. Jorge Patrão procurava respostas para três situações que considera “graves” na gestão da marca gerida pelo Grupo Pestana Pousadas (GPP): o abandono do projecto para o ex-Sanatório, a não abertura da Pousada de Linhares e a intenção de retirar o franchising da Pousada de Almeida.
No primeiro caso, Patrão pretende que se apurem responsabilidades pelo abandono do projecto depois de o Fundo de Turismo já ter transferido verbas destinadas à obra para a empresa. O presidente da RTSE lembra que a ENATUR é uma empresa de capitais estatais e que, portanto, enquanto teve na sua posse a propriedade do Sanatório dos Ferroviários, a estrutura era pública e “pertencia a todos os portugueses”. Ao abandonar o projecto inicial de transformar o edifício em pousada, perdeu a concessão para um privado – a Turistrela – “perdendo, assim, património público”.
Agora, lamenta, Jorge Patrão, “vai ter que voltar tudo ao início”. E o projecto inicial terá de ser alterado para aumentar o número de quartos. O edifício já não pode transformar-se numa Pousada de Portugal, uma vez que só a ENATUR - através do GPP – tem autoridade para as abrir e gerir – e, por isso, vai, ao que tudo indica, transformar-se num hotel.
Também “preocupante”, segundo Patrão, é o caso da Pousada de Linhares da Beira. O responsável pelo turismo na Serra da Estrela recorda que a estrutura está pronta há cerca de dois anos e que o equipamento “está lá, pronto a ser montado”. O certo é que a Pousada não abre. Os responsáveis da ENATUR, na reunião de quinta-feira, asseguraram ao presidente da RTSE que a Pousada vai abrir, mas Jorge Patrão continua apreensivo: “Gato escaldado, de água fria tem medo. A ENATUR diz que vai abrir, mas é o Grupo Pestana quem decide, e a Pousada não tem aparecido nas apresentações de futuros investimentos da empresa.”
Quanto à Pousada de Almeida, também não houve uma resposta conclusiva. O GPP vendeu o edifício a uma empresa privada que, porém, manteve o franchising da marca Pousadas de Portugal. Só que agora, ainda o processo de escritura não está completo, e já o Grupo pretende retirar o franchising. Uma situação que o líder da Região de Turismo considera inadmissível. |