|
Recuperação
da Zona Antiga do Fundão
Foi inaugurada na passada Sexta-feira, dia 16, pelo Presidente
da Secção Regional do Instituto Português
do Património Arquitectónico e Arqueológico
de Castelo Branco e Presidente do Núcleo Regional
da Ordem dos Arquitectos, arquitecto José da Conceição
Afonso, e pelo Vereador do Desenvolvimento Local da Câmara
Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, a exposição
(RE) VIVER A ZONA ANTIGA DO FUNDÃO – PLANEAR
O FUTURO, patente até 13 de Janeiro no Casino Fundanense,
sito na Praça do Município desta cidade
beirã. |
|
A exposição
integra um conjunto de áreas temáticas que
sintetizam o trabalho realizado ao longo destes dois últimos
anos pelo Gabinete Técnico Local da Zona Antiga do
Fundão – GTLZA, tutelado pela Câmara
Municipal e pela Comissão de Coordenação
e Desenvolvimento Regional do Centro, coordenado pelo Arq.
Carlos Antunes dos Santos, no âmbito das directrizes
da política urbana, e está organizada nas
seguintes unidades:
1. PLANEAR O FUTURO, VIVER
A CIDADE, tendo em vista o diagnóstico da situação
actual, inventariação de carências e
de mais-valias e elaboração de propostas de
actuação tendentes à melhoria e solução
dos problemas. Expõe-se o Plano de Pormenor de Salvaguarda
e Valorização da Área de Intervenção
que, mais do que o mero estabelecimento de regras, pretende
definir orientar e promover a preservação
e a recuperação da parte mais antiga e consolidada
da cidade, não esquecendo, no entanto, as dinâmicas
inerentes ao desenvolvimento da cidade contemporânea.
2. REVITALIZAR O COMÉRCIO TRADICIONAL. O reforço
da atractividade da Zona Antiga passa pela modernização
do seu comércio tradicional, um valor histórico
e social, intimamente associado à imagem do Fundão,
que urge dignificar. Em parceria com a ACICF, a Câmara
procedeu, no âmbito do Programa de Incentivos à
Modernização da Economia – PRIME, à
elaboração de uma candidatura ao Projecto
de Urbanismo Comercial – URBCOM, visando a modernização
das actividades comerciais e de alguns serviços e
a qualificação do espaço público
envolvente. |
|
3. HABILITAR EDIFÍCIOS
NOTÁVEIS COM NOVOS USOS. Numa política de
criação de dinâmicas culturais e de
sociabilidade urbanas que atraia novos púbicos à
ZA, a autarquia deu início à aquisição
e celebração de protocolos de utilização
de imóveis de interesse patrimonial e simbólico.
Encontram-se em fase de construção o Museu
Arqueológico Municipal e a futura Cidade do Engenho,
das Artes e Ofícios, a instalar respectivamente no
Solar do Serrão e na antiga Empresa de Moagem. Converter-se-á
o antigo Casino Fundanense em Arquivo Histórico Municipal
e Centro de Interpretação da ZA. Uma parceria
a estabelecer com a Comissão Fabriqueira da Paróquia
perspectiva, além da recuperação da
Igreja Matriz, a instalação de um Núcleo
Museológico de Arte-sacra na antiga Casa Paroquial.
Este equipamento albergará as actividades de Catequese,
Guias e Escuteiros. A recuperação da sede
da Associação Desportiva do Fundão,
dotando-a de valências de apoio à prática
desportiva, está já em curso.
4. RECUPERAR O PARQUE HABITACIONAL.
Para melhorar o estado de conservação de alguns
imóveis, nomeadamente ao nível das coberturas,
fachadas e caixilharias exteriores, o município efectuou
duas candidaturas ao Programa de Recuperação
de Áreas Degradadas – PRAUD/obras e ao PRIME
– PITER, através das quais espera obter apoios
financeiros a fundo perdido, que permitam aos particulares
uma comparticipação na recuperação.
Visando resolver situações de grave carência
habitacional, a Câmara irá celebrar um protocolo
de colaboração com o Instituto Nacional de
Habitação – INH, a fim de realojar famílias
carenciadas, através do Programa de Financiamento
para Acesso à Habitação – PROHABITA. |
|
5. QUALIFICAR O ESPAÇO
PÚBLICO. Favorecer o trânsito pedonal, incluindo
o das pessoas de mobilidade reduzida, restringindo o tráfego
e o estacionamento automóvel, através da construção
de silos-auto nas principais entradas da cidade. As diferentes
praças e largos devem constituir uma rede sequencial,
hierarquizada e inteligível, que oriente a circulação
e a utilização da cidade. O mesmo tipo de
material (granito castanho ou cinza, de dimensões
acabamentos e texturas variáveis) como elemento unificador
dos pavimentos. Pretende-se, igualmente, integrar a água
como elemento simbólico, invocador e tranquilizador,
melhorar as infra-estruturas e minorar o impacto negativo
das redes aéreas e do mobiliário urbano, valorizar
as espécies arbóreas na identidade de cada
espaço público, proceder à iluminação
cenográfica, evidenciando os aspectos patrimoniais
mais relevantes da cidade e integrar a arte pública
e o mobiliário na forma urbana.
6. EXPOSIÇÃO
“A CIDADE DAS CRIANÇAS”. Esta iniciativa
complementa os temas supra com um conjunto de apreensões
plásticas do espaço urbano do Fundão
realizadas por crianças divididas em três faixas
etárias, dos 4 aos 10 anos. A expressão plástica
apresenta importantes elementos de análise, à
hora de tentar compreender a construção individual
da imagem do espaço vivido. Com um cunho didáctico
e pedagógico, este ensaio e respectiva exposição
revestem-se de um sentido experimental que pretende desenvolver
uma consciencialização nas crianças
da importância do meio que as rodeia e onde habitam,
sempre olhando para o Futuro. Teve ainda lugar o lançamento
do catálogo da exposição.
|
|
(Re) Viver a Zona Antiga
do Fundão – Planear o Futuro, Casino Fundanense,
Praça do Município, de 16 de Dezembro a 13
de Janeiro de 2006. |
* Docente do Departamento
de Comunicação e Artes da UBI |
|
|