António Salvado
Comemora 50 anos de poesia

O escritor apresentou na passada semana o novo livro apresentado, na Biblioteca Municipal do Fundão. Numa altura em que comemora 50 anos de artista, Salvado quis com esta obra deixar uma homenagem “à nossa Beira Baixa”.


NC / Urbi et Orbi

António Salvado apresenta agora um novo livro

“Na Eira da Beira”. É este o título do novo livro de António Salvado, apresentado na passada semana, na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, no Fundão, sendo esta a forma que a Câmara Municipal fundanense encontrou para assinalar os 50 anos de vida literária do poeta.
A poetisa Lurdes Barata considera o autor da obra “Na Eira da Beira”, “um poeta com uma vasta obra de qualidade, com meio século dedicado à poesia”, embora “algo injustiçado”, porque “parece-me ser mais reconhecido em Espanha do que no seu próprio País”. O jornalista Fernando Paulouro lembrou a obra notável do poeta, considerando-a “uma referência na poesia portuguesa”. Para além disso, “trata-se de uma pessoa, cuja actividade se multiplica em muitas acções, entre as quais, o ensaísmo, a antalogia e a museologia, em que teve uma expressão notável, dando um contributo fundamental para a identificação cultural desta região”, afirma o jornalista, considerando importante “este tributo de gratidão por tudo aquilo que fez no plano criador”.
António Salvado lembra que ao longo deste meio século de poesia, a sua obra “mais sentida” foi provavelmente “A Cicatriz”. Tudo porque, diz o poeta, “o livro foi escrito em Angola, numa altura em que havia guerra, incerteza, confusão e também a esperança que nos atravessava de que havia um solução postiva para a resolução da situação em que se vivia na altura, mas depois o futuro provou que não existia essa tal solução”.
Para o escritor a difusão das suas obras, “não é a poesia dos grandes temas, que têm a ver com as revoluções ou as situações sociais. A minha poesia revestiu-se sempre no carácter mais intimista, julgando que esta marca se tem mantido ao longo dos livros publicados durante estes 50 anos, o que não significa que tenha existido um alheamento relativamente a temas como a miséria, a pobreza e a guerra, ou outros temas similares que têm marcado aquilo que vou escrevendo”.
Quanto ao livro “Na Eira da Beira”, trata-se de uma antologia de poesias, que “cheiram à nossa Beira, sendo um escolha norteada nessa verdade. São poemas que têm a ver com a realidade vegetal, animal, das pessoas e paisagens desta bela Beira Baixa”.