Realizador e público em diálogo no Teatro-Cine da Covilhã
Novo filme português
Estreia “Fatal” na Covilhã

João Botelho, um dos mais conhecidos realizadores portugueses veio ao Teatro-Cine da Covilhã no passado dia 12 de Dezembro de 2005. O motivo da sua visita foi o seu mais recente filme,”O Fatalista” em exibição nacional desde dia 8 de Dezembro. O convite veio da organização do Teatro-Cine em parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI).


Por Igor Costa


A plateia era composta, na sua maioria, por estudantes da licenciatura em Cinema da UBI. No início do filme, por volta das 21 horas 45, e já dentro da sala, João Botelho explicou abreviadamente o contexto ideológico da sua mais recente realização. Por ser um filme narrado apelou aos espectadores que tivessem um pouco de paciência durante a projecção. “Espero que não adormeçam”, gracejou o realizador, que ficou até final para “prestar alguns esclarecimentos aos resistentes”.
Na conferência, os presentes tiveram a oportunidade de conversar com o realizador sobre técnicas cinematográficas utilizadas e sobre o estado do cinema europeu face às dificuldades financeiras neste ramo. Contudo, Botelho afirmou que mesmo sem dinheiro “o cinema europeu é detentor de uma enorme liberdade de expressão e pessoalismo”, coisa que segundo o mesmo “o cinema americano, ainda que sendo o mais notado, não tem”. No entender do realizador “é mais importante a realização pessoal ao campeonato de bilheteiras”.
O “Fatalista” é um filme baseado no romance de Diderot “ Jacques, o Fatalista ”. Contou com a presença de Rogério Samora e André Gomes nos papéis principais e ainda Rita Blanco, Suzana Borges, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein, Teresa Madruga e Margarida Villanova. Um drama de narrativas múltiplas para aventuras desconcertantes, sexo e poder à flor da pele e na parte mais obscura dos cérebros, poder e saber em guerra desenfreada, a luta de classes como motor do mundo e a revelação do comportamento dos homens e das mulheres.