Louça pediu mais apoio para os têxteis
Na passagem pela Covilhã
Louçã pede inovação para os têxteis

De visita à única fábrica de tinturaria e acabamento têxtil resistente no distrito Francisco Louçã afirma que o próximo Presidente da República deve estimular a inovação neste sector.


NC / Urbi et Orbi


“Um Presidente da República deve ter como função estimular a inovação e qualidade das empresas, nomeadamente no sector têxtil”. Quem o diz é Francisco Louçã, o candidato do Bloco de Esquerda às presidenciais, durante a sua visita à Covilhã, na passada semana, nomeadamente à empresa têxtil Alçada e Pereira, a última fábrica de tinturaria e acabamento têxtil da indústria de lanifícios do distrito de Castelo Branco.
“Vim aqui para conhecer uma empresa resistente”, refere Louçã, que criticou a forma como está a ser feita a liberalização mundial de um sector “em que fecham fábricas todos os dias e quase já não há confecção”. O candidato acusa a União Europeia de “abrir portas”, na cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC), à exportação de têxteis chineses, mesmo antes dos acordos estarem negociados. Segundo Francisco Louçã, é necessário “acabar com a selvajaria que permite que os trabalhadores explorados, que ganham 75 euros por mês, vejam os seus produtos conduzir ao desemprego noutros países, como Portugal, onde se ganha tão pouco como 400 ou 450 euros mensais”.
O candidato sublinha que nesta situação um Presidente da República “deve mostrar os bons exemplos e ajudá-los a serem regra”, porque “só uma produção de qualidade pode ser vendida nos mercados internacionais”. Logo, de acordo com Louçã, o futuro presidente “deve visitar empresas, deve conhecer centros tecnológicos, centros de formação, promover a instalação de laboratórios de qualidade em todas as empresas e acentuar a importância do design”.
A Alçada e Pereira dá emprego a cerca de 90 pessoas e grande parte do seu trabalho está concentrado em seis clientes espanhóis. O volume de negócios da fábrica ronda os 25 milhões de euros anuais. Louçã realça o facto de não haver trabalhadores em situação precária na empresa, mas não deixa de lamentar o número de pessoas “muito sacrificadas que aqui trabalham desde muito novas e que têm de continuar durante mais de 50 anos para conseguir uma reforma”.