Penhas
da Saúde
Caso explicado aos jornalistas,
na rua
A constituição
de uma comissão de inquérito que estude
o processo de alienação dos terrenos baldios
nas Penhas da Saúde levou ao rubro a Assembleia
Municipal. O PS, ainda durante os trabalhos referiu
que iria proceder a esclarecimentos logo a seguir à
reunião, mas deputados e jornalistas foram “convidados
a sair” das instalações.
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Por Eduardo
Alves
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José Serra dos Reis, vereador do PS na autarquia
covilhanense a partir de Janeiro, é o principal
visado do documento
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Quem esperava que no
final de quatro horas de trabalhos o último ponto
da agenda da Assembleia Municipal da Covilhã fosse
votado sem qualquer problema enganou-se redondamente.
Tal como os deputados do Partido Socialista que tinham
marcado durante os trabalhos, e junto ao presidente em
exercício, uma conferência de imprensa, a
qual veio a decorrer, mas no exterior do edifício.
O tema que mais “incendiou” o auditório
da assembleia foi o da Comissão de Inquérito.
Aos deputados chegou a proposta da constituição
de uma comissão que tem como finalidade apurar
responsabilidade no processo de “alienação
de terrenos baldios nas Penhas da Saúde”.
Este documento foi endereçado aos deputados municipais
“como sendo da autoria de todos”, referiu
Hélio Fazendeiro do PS. “Mas eu não
assinei nada disto, até porque este documento também
não apresenta qualquer tipo de identificação”.
O motivo de discussão estava numa proposta da autoria
do deputado social-democrata Bernardino Gata. O mesmo
disse que o texto não foi rubricado por todos os
deputados “por falta de tempo, e por esta assembleia
ser marcada para a data actual”. Mas o documento,
que acabou por ser aprovado pelos votos do PSD, com 16
votos contra e uma abstenção, vai agora
criar uma equipa de elementos que avaliem as formas como
foram vendidos os baldios nas Penhas da Saúde no
período em que a Junta de Freguesia de Cortes do
Meio era presidida por José Armando Serra dos Reis.
Este socialista, que esteve naquela freguesia durante
quatro mandatos, apoiado primeiramente pelo PCP e depois
pelo PS, entre 1986 e 2001, repudiou as acusações.
Tal como o deputado municipal eleito pelo Bloco de Esquerda
(BE), que diz tratar-se “de um acto anti-democrático”.
Esta entidade pretende “apurar ilegalidades cometidas,
depois de 1974, pelo autarca José Armando Serra
dos Reis, no âmbito da venda de lotes de terreno
nas Penhas da Saúde, quanto presidente da junta
de freguesia local”. O documento refere ainda que
também se devem “avaliar prejuízos
causados aos compradores, pela não existência
de cobertura ilegal de tais actos e das necessidades dos
investimentos municipais para obviar à clandestinidade
de tais construções”.
Os deputados socialistas
e comunistas prescindiram dos seus lugares na
comissão
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"Julgamentos com sentença prévia"
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"É completamente ilegal uma assembleia municipal
fiscalizar ou averiguar, os actos de uma junta de freguesia”,
começa por dizer Serra dos Reis. O principal visado
do documento apresentado pelos sociais-democratas alude
para o facto de “a alienação dos lotes
operou-se no âmbito dos Compartes dos Baldios de Cortes
do Meio e não pela junta de freguesia”. Segundo
o mesmo, “existe inclusive uma confusão, até
porque nunca se procedeu a qualquer venda de lotes, mas
a processos de acessão imobiliária”.
Serra dos Reis, que a partir do próximo mês
de Janeiro ocupa o lugar de vereador na oposição
da Câmara da Covilhã, deixado vago pela saída
de Victor Pereira, classifica toda esta situação
como “um assassinato político”.
O socialista solicitou ao presidente em exercício
na Assembleia Municipal da Covilhã a identificação
“do autor ou dos autores desta proposta, para proceder
judicialmente contra os mesmos”.
Bernardino Gata, logo após a aprovação
da comissão, convidou dois deputados socialistas
e um comunista a integrarem a equipa, ambos os partidos
prescindiram “de julgamentos ilegais com sentenças
pré-estabelecidas”, sublinhou o comunista Jorge
Fael.
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A
conferência de imprensa acabou por ser realizada
à porta da Assembleia Municipal
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Jornalistas e deputados "postos na rua"
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A confusão
foi tal que o Partido Socialista marcou, junto
do presidente em exercício e durante o
decorrer dos trabalhos da Assembleia Municipal,
uma conferência de imprensa. No final, o
principal visado da proposta, José Armando
Serra dos Reis, o presidente da Comissão
Política do PS Covilhã, Victor Pereira
e os restantes deputados municipais e vereadores
socialistas começaram por explicar o sucedido
em conferência de imprensa.
Este trabalho que decorria dentro das instalações
da Assembleia Municipal foi interrompido pelo
presidente em exercício, o qual tinha “recebido
ordens do director dos SMAS, um funcionário
da autarquia” e fez com que jornalistas
e eleitos acabassem o seu trabalho fora das instalações.
Victor Pereira, vereador da oposição
na autarquia e presidente da Comissão Política
do PS Covilhã mostrou o seu repúdio
pelo acto. “Só durante a ditadura
é que os sargentos mandavam mais que os
generais”, referiu Pereira “o PS vai
solicitar ao administrador dos SMAS a identificação
do director que ordenou esta expulsão para
proceder disciplinarmente sobre o mesmo”,
adiantou o vereador. A conferência de imprensa
sobre este caso foi depois dada à porta
dos SMAS.
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