A Guarda espera não vir a ser prejudicada com o encerramento de maternidades
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Possível fecho da maternidade
Audiência pedida ao Governo
para esclarecimentos
“Não queremos ser apanhados desprevenidos”. É assim que Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, explica o facto do executivo por si liderado na autarquia, na passada semana, ter aprovado por unanimidade, o pedido de audiência ao Governo para ver esclarecida a questão do encerramento da maternidade na cidade. O executivo camarário também aprovou uma moção em defesa “intransigente” da maternidade no Sousa Martins.
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NC / Urbi et Orbi
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Na origem da tomada de posição dos responsáveis políticos pela cidade mais alta do País estão recentes notícias vindas a público em que o presidente do Colégio de Obstetrícia da Ordem dos Médicos, Luís Graça, teria dito que as urgências obstetrícias de Guarda e Castelo Branco deveriam encerrar para o ano, sendo os partos concentrados na Covilhã. Graça argumentava que as três unidades juntas realizavam à volta de dois mil partos por ano, o que se traduzia num desperdício de recursos humanos. Este responsável, no entanto, já esclareceu que nunca terá dito que as unidades fechavam e que os partos iriam para a Cidade Neve, mas que tão só afirmou que unidades com menos de mil e 500 partos por ano poderiam encerrar. Graça afirma que o jornal que divulgou a notícia é que se terá precipitado e tirado conclusões erradas.
A verdade é que a dúvida ficou e por isso o autarca guardense prefere saber das intenções do Governo a tempo e horas. Valente assegura que o Hospital Sousa Martins tem meios humanos e técnicos de qualidade e que é, na região, a unidade que mais partos realiza por ano. O executivo camarário lamenta ainda a existência de “interesses” a favor da Covilhã.
Também o presidente do Conselho de Administração do Hospital Sousa Martins, Fernando Girão, desafiou o Ministro da Saúde, Correias de Campos, a confirmar ou não a decisão. Girão afirma que esta notícia só veio criar instabilidade e confusão nas grávidas que neste momento estão a ser assistidas no Hospital e que as alegadas declarações de Luís Graça em nada favorecem uma região que tem sido bastante atormentada. Já o director de Serviço de Obstetrícia, António Duarte, quer saber quais os critérios para se centralizar partos na Covilhã onde, afirma, há menos obstetras e nascimentos que na Guarda. Este assegura ainda que a maternidade da Guarda é a única da região que garante assistência em neonatologia com a presença de um pediatra em cada parto.
Uma história com “barbas”
Foi em 2004 que a história do fecho de maternidades no País fez aquecer políticos, médicos e autarquias na Beira Interior. Albino Aroso, na altura presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal (CNSMN), divulgava um estudo em que se previa o fecho de unidades com menos de mil e 500 nascimentos, o que suscitou dúvidas na região.
Depois de muita discussão, o Governo PSD cai e nas últimas eleições legislativas o PS toma o poder, com José Sócrates. Albino Aroso é substituído por Jorge Branco, na Comissão e Correia de Campos passa a ser o novo Ministro da Saúde. Mudam as pessoas, mas não mudam as vontades e já este ano, por diversas vezes, alguns responsáveis da área médica voltaram a frisar que as maternidades com menos de mil e 500 partos irão fechar.
O primeiro a fazê-lo foi o próprio Correia de Campos. Fernando Regateiro, presidente a ARS Centro, em visita ao Fundão, confirmava a concentração de serviços, mas assegurava que “alguma” maternidade iria sobreviver na Beira Interior. Quem não gostou foram os autarcas do distrito de Castelo Branco que enviaram uma carta ao Ministro da Saúde questionando-o sobre o possível fecho da maternidade do Amato Lusitano. Por fim, ainda este ano, Jorge Branco apenas garantia que o fecho de uma ou outra maternidade, na Beira, não iria acontecer este ano. |
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