Quem viu a primeira parte do jogo que, no passado domingo, opôs o Covilhã ao Barreirense, longe estaria de pensar que o segundo tempo traria quatro golos, emoção e polémica. Valeu a raça serrana para conseguir um empate a duas bolas, quando aos 62 minutos o Covilhã perdia por dois zero.
A primeira parte deu sono. Um jogo muito disputado a meio-campo, um remate à baliza para cada lado e nem uma única oportunidade flagrante de golo. Mas nesse período o Barreirense, treinado por Rui Bento, mostrava-se uma equipa organizada, com mais posse de bola, mas que arriscava muito pouco. O Covilhã, pelo contrário, estava perdido em ideias, falhava muitos passes e ainda por cima estava com azar. É que já não podia contar, por lesão, sem um dos seus homens mais influentes nos últimos encontros, Sérgio Rebordão, e quem o substituiu, Piguita, à meia hora de jogo, também teve que sair, dando assim oportunidade a Marinho para se estrear.
No segundo tempo, tudo mudou. Os “Leões da Serra” entraram decididos a vencer o jogo. Logo no minuto inaugural Paulo Campos, na direita, cruza rasteiro para a área onde, por muito pouco, Luisinho não emenda para golo. Cinco minutos mais tarde, o mesmo “filme” e de novo o avançado serrano a atirar por cima. Quando menos se esperava, aos 55 minutos, o Barreirense chega ao golo. Bola chutada para a área do Covilhã, e Rui Morais, pouco lesto, deixa-se antecipar por Moreira, derrubando-o. Penalty claro que Hugo Machado transformou em golo. O público que acorreu em bom número ao Complexo Desportivo esmorecia, e ainda ficaria pior quando, três minutos mais tarde, o árbitro da partida, Paulo Pereira, deixou passar em claro uma grande penalidade sobre Cunha. Para agravar a situação, os forasteiros fizeram o 2-0 na jogada seguinte, aos 62 minutos. Um lance individual de Marco Bicho, que aproveitando a passividade do meio-campo e defesa dos serranos rompeu pela zona central e à entrada da área rematou forte e rasteiro para o lado direito da baliza de Serrão, que nada podia fazer.
Impróprio para cardíacos
Pensou-se que o vencedor estava encontrado. Puro engano. Animados por um público que, a partir do segundo golo dos homens do Barreiro não mais se calou, os “Leões da Serra” lançaram-se com unhas e dentes à procura de reduzir o prejuízo. João Salcedas lançou Sanussi para o jogo, que teria influência no primeiro golo serrano. Foi aos 65 minutos, um canto apontado por Pimenta que Sanussi desvia ao primeiro poste surgindo Cunha para desviar para as redes. O Sporting animou, e Cunha, de novo aos 67 minutos, tentou de livre atirar para golo, com o guardião contrário, Paulo Silva, a defender para canto. Cinco minutos mais tarde Sanussi surge isolado na área, mas lento permite o corte ao central Miguel Ângelo. O Covilhã carregava e adivinhava-se o golo do empate, que surgiria aos 81 minutos. Cruzamento na esquerda de Sanussi, Pimenta na área, pica a bola por cima de um defesa, Paulo Campos recebe-a e à meia volta atira a contar. Quatro minutos mais tarde, novo lance polémico. Paulo Campos surge isolado na direita e faz golo, que é anulado por fora de jogo. Uma jogada que deixa dúvidas.
Impróprios para cardíacos os últimos minutos que deram ainda uma bola no poste do Covilhã, após remate de Hugo Machado. E dois lances de possível golo para o Sporting. Primeiro, por Luisinho, que lançado em profundidade tenta o chapéu, mas Paulo Silva nega-lhe o golo. O mesmo homem, já nos descontos, segura o empate após um remate de Oliveira que ia com a direcção certa.
No final, Rui Bento lamentou os erros que ditaram o empate, enquanto João Salcedas se queixou dos erros de arbitragem. “Parece que estamos a incomodar” ironizou o técnico serrano. |