Um destino luso



de João Botelho

Ao que parece, o destino é mesmo “um livro escrito lá em cima” e que orienta a vida das pessoas “cá em baixo”. Esta é a explicação avançada pelo motorista de um homem importante que é ao mesmo tempo, um dos principais suportes da vida desse mesmo magnata.
João Botelho realizou mais um bom filme português. Com um elenco que já deu provas suficientes, “O Fatalista” pode assumir-se como uma boa adaptação, ou melhor dizendo, uma boa reinvenção do romance “Jacques, le fataliste”, da autoria do filósofo francês, Denis Diderot.
A luta de classes e o sexo fazem andar este mundo de estranhos acontecimentos que marcam o território luso.
Tiago, a personagem central, surge como o motorista e homem de confiança de um industrial que vai percorrendo as suas amantes e exercendo o seu poder patronal por todos os pontos onde passa.
O motorista vai depois analisando o que de bom e de mau este empresário lhe confessa. A mente humana, as capacidades e limites do homem são também retractadas na mais recente produção cinematográfica portuguesa. Um filme que conta, entre outros, com as participações de Rogério Samora, Rita Blanco, Patrícia Guerreiro, José Wallenstein e Ana Bustorff.