A autarquia pediu agora uma terceira suspensão parcelar do PDM
Sessão de câmara
Nova suspensão do PDM

Uma nova suspensão parcelar do PDM vai ser pedida à Assembleia Municipal. O executivo social-democrata deliberou na sessão de câmara da passada sexta-feira, 2 de Dezembro, avançar com um estudo sobre a área envolvente ao actual aeródromo.


Por Eduardo Alves


Mais uma vez a ordem de trabalhos da reunião camarária do município covilhanense gerou protestos no seio dos representantes do Partido Socialista (PS). Victor Pereira e Miguel Nascimento, actuais vereadores socialistas na oposição manifestaram o seu descontentamento “pelos pontos que são agendados e incluídos na ordem de trabalhos mal começam as reuniões”.
O pedido de suspensão do Plano Director Municipal (PDM) para a zona do aeródromo parece ter sido a gota de água que fez transbordar um mar de críticas. Socialistas e sociais-democratas não se têm entendido quanto aos assuntos a discutir nas sessões. Nascimento explica que “assuntos de importância vital para a cidade são trazidos à câmara sem o conhecimento prévio dos vereadores socialistas”. Já Alçada Rosa, vice-presidente da edilidade, que presidiu à sessão, refere que “durante esta semana os serviços camarários analisaram um local em particular e constataram que era necessário pedir a suspensão parcelar do PDM para a zona envolvente ao aeródromo”. A construção de uma ligação ao acesso da A23, a partir do Centro Hospitalar da Cova da Beira está, segundo o Instituto do Ambiente, em desacordo com o PDM para aquela zona. Desta forma, e para que as obras continuem, a edilidade vai pedir a suspensão parcelar do Plano para aquela área “e regularizar toda a situação”, reitera Alçada Rosa.
Desta forma, “vamos iniciar um estudo para toda a área que envolve o actual aeródromo”, explica o social-democrata, Alçada Rosa. Este responsável lembrou que a câmara tem projectada a construção de um novo aeroporto. Caso essa obra se venha a concretizar “teremos de estar munidos de soluções viáveis para o aproveitamento do actual aeródromo”. Para além desta intenção “existem também algumas margens de terreno, junto aos novos acessos ao aeródromo e à A23 que são considerados Reserva Agrícola Nacional”. Esta suspensão o PDM visa também “legalizar todas essas situações”, acrescenta o vice-presidente da autarquia serrana.

Medidas para o desenvolvimento da cidade

Mas se os membros do executivo camarário divergem em vários pontos, em outros parecem estar do mesmo lado. As suspensões ao actual PDM da Covilhã, que têm vindo a ser requeridas pela autarquia contam com o apoio dos socialistas. Os dois vereadores na oposição optaram pela abstenção na medida agora proposta em sessão de câmara, “porque foi aqui trazida no dia da reunião”, esclarecem. Isto depois de na passada semana, os deputados socialistas na Assembleia Municipal da Covilhã terem votado a favor da suspensão do PDM. Para Victor Pereira, o que a Covilhã precisa “é desenvolvimento urbanístico”, algo que no entender do social-democrata Alçada Rosa também só é conseguido “com a ordenação e a suspensão, em certos pontos, do actual PDM”.
O executivo adianta ainda que “não há motivos para falar em especulações imobiliárias ou outras”, uma vez que qualquer empreendimento ou estrutura a construir numa zona onde o PDM está suspenso “tem sempre de ter o parecer favorável de organismos exteriores à autarquia”.
A reunião ficou marcada ainda pela aprovação da taxa máxima sobre os Direitos de Passagem. Um imposto que “vai recair directamente sobre o consumidor e que foi colocado na taxa máxima”, refere o socialista Miguel Nascimento. Já o vice-presidente da autarquia, Alçada Rosa justifica a fixação dos 0,25 pontos percentuais, a taxa máxima neste tipo de imposto, devido à necessidade “de fundos para a câmara”.