No entender dos atletas, a Serra
da Estrela tem condições únicas para
a prática do dirtsurf
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Dirtsurf
Como “esquiar”
quando não há neve
Uma equipa da In-Line
Boarding Portugal veio à Covilhã, a convite
da Estrela Polar, para uma demonstração
de dirtsurf e para fazer um levantamento de possíveis
percursos. Resultado: a Serra da Estrela tem as melhores
condições do País para a prática
da modalidade.
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NC / Urbi et
Orbi
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Há precisamente
dois anos, no dia 22 de Novembro de 2003, a Serra da Estrela
recebeu a primeira competição oficial de dirtsurf
em Portugal. Um desporto de gravidade semelhante ao skate,
ou ao snowboard, praticado em cima de uma prancha com uma
roda “de bicicleta” em cada extremidade. A prova
disputou-se entre a zona dos Piornos e as Caldas de Manteigas,
num percurso sinuoso pelo Vale Glaciar.
Um par de anos volvidos, os dirtsurfers regressam à
Serra. Mas desta vez com outros objectivos. Em colaboração
com a In-Line Boarding Portugal (IBP), a Estrela Polar decidiu
tentar implementar a modalidade na região e, para
isso, começou por fazer um levantamento dos melhores
troços para a prática deste desporto. Mas
como não há nada como experimentar antes de
aconselhar, trouxe à Covilhã uma equipa da
IBP para “testar” os percursos.
Do programa constava não só o mapeamento de
alguns locais, mas também provas de demonstração
para a população covilhanense. O mau tempo
que se fez sentir nos últimos fins-de-semana, porém,
levou, primeiro, ao adiamento do evento, e, depois, ao seu
encurtamento para dois dias. A equipa acabou por vir no
último fim-de-semana, mas voltou a deparar-se com
condições climatéricas adversas: alguma
chuva e vento muito forte. Ainda assim, os praticantes não
quiseram dar a viagem desde Lisboa por mal empregue e chegaram
à conclusão que estava reunido o mínimo
de condições para uma exibição
segura. Vai daí e toca a descer o caminho de terra
entre a zona das Sete Fontes e o Estádio Municipal
Santos Pinto. Um percurso de cerca de um quilómetro,
sem pré a descer, onde só não deu para
atingir uma velocidade espectacular porque o vento soprava
no sentido contrário. Fora esse percalço,
o percurso acabou por ser do agrado dos atletas, que apontam
a Serra da Estrela como “o melhor sítio do
País para a prática da modalidade”.
O único senão foi mesmo o mau tempo, que acabou
por afastar o público que se pretendia para a exibição.
Ainda assim, Hugo Gomes, da Estrela Polar, mostra-se satisfeito
com a iniciativa. O dirigente da associação
covilhanense faz um balanço positivo do fim-de-semana,
uma vez que “a ideia principal foi a de fazer o levantamento
de percursos para a prática de dirtsurf, e mapeá-los
para que, no futuro, quem est5iver interessado, saiba quais
são os melhores troços e os graus de dificuldade”.
Um trabalho que ainda não está terminado e
que a Estrela Polar promete continuar nos próximos
tempos.
Estrela tem as melhores condições
do País
Pioneiro do dirtsurf em Portugal, Ricardo Encarnação,
da In-Line Boarding Portugal, não hesita em afirmar
que a Serra da Estrela tem as melhores condições
do País para a prática da modalidade. Este,
explica, “é um desporto de gravidade. Por isso,
quanto maior for a inclinação do troço,
maior será a velocidade e a espectacularidade”.
Por outro lado, pode disputar-se em quase todos os tipos
de piso, desde o asfalto à terra e à relva.
E embora à primeira vista, principalmente quando
se olha para o veículo, pareça um desporto
perigoso, os praticantes garantem que é “tão
ou mais seguro que o surf ou o snowboard e menos perigoso
que o skate, porque o dirtsurf tem travões apesar
de não ter um selim ou um guiador como as bicicletas”.
Para além disso, garante, Ricardo Encarnação,
“é mais fácil de aprender do que outra
modalidade radical qualquer. Basta meia-hora”.
Em estado embrionário no nosso País, o dirtsurf
tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos, e “a crescer
de forma consistente”, refere Encarnação.
Isto porque, a estratégia de implementação
da “disciplina” no País passa pela constituição
de pequenos núcleos um pouco por todo o País.
Essa é, também, a aposta para a Covilhã,
que apesar de ter as melhores condições do
País, conta com muito poucos particantes. Normalmente,
revela Ricardo Encarnação, “quem pratica
na Serra são atletas que vem de outros pontos do
país. Por isso, um dos objectivos desta iniciativa
foi a de cativar jovens covilhanenses para a modalidade”.
Uma tarefa que pode ser mais fácil do que o à
partida previsto. É que, confirma Hugo Gomes, “na
Covilhã há uma grande comunidade de praticantes
de Snowboard. E esta é a alternativa para quando
não há neve, até porque os movimentos
dos atletas são muito semelhantes”. Para além
disso, defende, “é um novo produto turístico
que a região tem para oferecer”. |
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