O português José Saramago, Nobel da Literatura 1998, volta agora com novo livro. Uma outra história do quotidiano, assim o descreve o próprio, que podia muito bem acontecer e “virava o mundo de pernas para o ar”.
“As Intermitências da Morte” é o título do mais recente livro de Saramago. Como quase todos os seus escritos carrega um grande tom humano e uma forte componente social. Em 241 páginas o Nobel da Literatura desafia a morte e imagina como seria o mundo em que vivemos sem a morte.
Numa sociedade obcecada com a vida, com a imagem, com a imortalidade, “um dia a morte deixa de matar”, diz no seu livro. Esta impossibilidade natural, que Saramago torna em certeza literária num país imaginário vai provocar alterações a todos os níveis.
Numa primeira fase, grande euforia e agitação, porque agora já ninguém morre. Depois… Bem, depois vem o inevitável, o caos económico, político e até religioso. Isto porque, segundo o laureado com o Nobel da Literatura, a religião vende a vida para além da morte, mas nesta situação, não há mais morte, logo, o papel da religião é anulado.
Um enredo bastante original que leva Saramago a descrever situações pouco prováveis no nosso mundo, mas que se assemelham a este em muitos pontos. Um livro que vem bem mais regrado, o que o torna de melhor leitura em relação às anteriores obras do autor. Para além disso, a mais recente obra de Saramago apresenta uma outra novidade, todos os livros vão ser impressos em papel amigo do ambiente. Um passo que o Nobel da Literatura diz ajudar à preservação da natureza.
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