O autor da tese trouxe uma nova abordagem a esta temática, na área da Engenharia Informática
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Doutoramento em Engenharia Informática
As curvas e as superfícies implícitas
Um tema que está a ser estudado um pouco por todo mundo e que ganha agora uma nova abordagem. A mais recente tese de doutoramento na área da informática foi apresentada na UBI, na passada semana.
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Por Eduardo
Alves
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José Francisco
Monteiro Morgado veio do Instituto Politécnico de
Viseu, onde é docente, apresentar a sua tese de doutoramento.
Um estudo que “veio trazer uma nova abordagem a esta
matéria”. A Engenharia Informática esteve
no cerne desta tese de doutoramento que tem como título
“Poligonização de Curvas e Superfícies
Implícitas Não-Homogéneas com Preservação
Topológica”. Segundo o autor “há
sistemas matemáticos (por exemplo, Maple, MathLab
e Mathematica) capazes de representar curvas e superfícies
implícitas definidas por funções polinomiais”.
Contudo, José Morgado sublinha que “estes sistemas
têm dificuldades notórias na representação
de curvas e superfícies mais gerais definidas por
funções reais, e tão pouco preservam
a sua forma topológica”. Em linguagem matemática
deve-se ainda acrescentar que “estes sistemas, assim
como a generalidade dos algoritmos actuais, não representam
correctamente curvas e superfícies implícitas,
em particular as suas singularidades”. Daí
que, do ponto de vista da topologia, “uma componente
sem variação de sinal de uma curva implícita
(respectivamente, superfície) é o subespaço
conexo maximal da curva (respectivamente, superfície)
descrito por uma função real que tem sempre
o mesmo sinal, positivo ou negativo, numa pequena vizinhança
de cada um dos seus pontos, a não ser nos próprios
pontos da curva (respectivamente, superfície) onde
a função é nula”. Uma das ideias
demonstradas faz também referência “às
componentes sem variação de sinal não
podem ser detectadas pelos métodos numéricos
tradicionais porque todos eles se baseiam no Teorema do
Valor Intermédio, ou seja, todos assumem que a função
muda de sinal de um lado para o outro da curva”.
Um novo método numérico foi especialmente
desenvolvido para determinar quer componentes sem variação
de sinal, quer componentes com variação de
sinal. A este método foi dada da designação
de “método generalizado da falsa posição
(GFP)”.
“Marcante é também o facto de que o
algoritmo GFP poder ser usado para calcular pontos isolados
de curvas e superfície implícitas através
duma sequência de mínimos absolutos que tendem
para zero”, adianta o autor da tese. Uma área
que “está a ser investigada em várias
vertentes, mas que ganhou agora uma nova abordagem”,
refere José Morgado. Daí que este tenha “implementado
um novo critério de abordagem para esta temática”.
A tese foi apresentada no passado dia 9 de Novembro e teve
como júri Manuel João Toscano Próspero
dos Santos, professor associado da Faculdade de Ciências
e Tecnologia da universidade Nova de Lisboa, Joaquim Armando
Pires Jorge, professor associado do instituto Superior Técnico
da Universidade Técnica de Lisboa, Mário Marques
Freire, professor associado da universidade da Beira Interior,
António Augusto de Sousa, professor auxiliar da Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
e Abel João Padrão Gomes, professor auxiliar
da Universidade da Beira Interior. |
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