Foi inaugurado por um outro ministro socialista, também com apelido Costa. A 26 de Junho de 2001, António Costa inaugurava o Gabinete Médico-legal da Covilhã, “uma infra-estrutura que veio colmatar uma grande lacuna existente na região”, refere ainda hoje Carlos Abreu, o médico especialista responsável pelo gabinete.
Coube a outro Costa, passados quatro anos vir constatar os avanços realizados. O agora responsável pela Justiça, Alberto Costa diz-se “muito contente e admirado” com a estrutura instalada no Centro Hospitalar da Cova da Beira. Um espaço “apetrechado para realizar todas as perícias médico legais que são requeridas pelo Ministério Público”, explica Carlos Abreu. Este médico que começou a trabalhar na área da medicina legal em 1982 refere que “antes de este gabinete estar instalado, as perícias eram realizadas em muito más condições de trabalho”.
Com a entrada em funcionamento desta estrutura “as famílias dos falecidos têm melhores condições de apoio, as vítimas de agressões físicas, sexuais e outras podem ser examinadas de forma mais correcta e conseguir um acompanhamento mais especializado”, explica Abreu. Nos quatro anos de funcionamento, o Gabinete Médico-legal da Covilhã, que junta as comarcas da Covilhã, Fundão, Belmonte e Sabugal realizou já 3500 exames, 170 autópsias periciais e 20 exames de agressões sexuais. Números que parecem agradar ao responsável máximo pela pasta da Justiça. Alberto Costa referiu que “neste aspecto, o interior ficou a ganhar em relação ao litoral”, uma vez que “é na Grande Lisboa que se sentem mais dificuldades a este nível”.
Congresso de Medicina Legal
A visita do ministro da Justiça aconteceu numa altura em que a Covilhã recebeu o IV Congresso Nacional de Medicina Legal. Este evento juntou, durante dois dias, na “cidade neve” especialistas de todo o País. Duarte Nuno Vieira, director do Instituto Nacional de Medicina Legal avançou, na Covilhã com uma medida inovadora nesta área que vai ser implementada dentro em breve.
Este responsável apresentou no congresso da Covilhã “a telemedicina na área das perícias legais”. No início do próximo ano “vamos instalar em todos os gabinetes do País, uma rede que ligue todos os gabinetes entre si”. Isto porque “existe uma falta latente de especialistas nesta área”. Com esta rede de telemedicina, uma autópsia que esteja “a ser realizada em Lisboa pode estar a ser acompanhada em tempo real por todos os restantes médico legistas do País”. Este podem contribuir com o seu conhecimento, e colocar as suas questões. Uma evolução que vai dar os primeiros passos no primeiro semestre de 2006. |