Está marcado para dia 21 um plenário de ex-trabalhadores da Nova Penteação. Foi esta a decisão tomada na passada quarta-feira, 2, dia em que estava marcada uma marcha dos ex-operários junto à empresa Beira Lã, no Parque Industrial do Canhoso, mas que ficou adiada após a Comissão Sindical ter sido recebida pelo empresário Rui Cardoso (dono da Beira Lã) um dos credores do processo da "Nova".
A garantia recebida de que em breve será efectuada uma reunião entre os advogados dos empresários Paulo de Oliveira e Rui Cardoso para a resolução do problema jurídico que impede os trabalhadores de receberem a última tranche (25 por cento) da indemnização a que dizem ter direito, levou à desmobilização do protesto. No entanto ficou marcado para o próximo dia 21 do corrente mês um novo plenário, junto às instalações da Tessimax (ex-Nova Penteação) para analisar os avanços, ou não, alcançados. Os delegados sindicais e o Sindicato Têxtil da Beira Baixa enviarão uma carta a ambas as partes dando um prazo máximo de 15 dias para o assunto poder ser desbloqueado. Em causa está o pagamento há cerca de dois anos de uma verba de 750 mil euros aos ex-trabalhadores da Nova resultante do trespasse efectuado da fábrica para Paulo de Oliveira. O empresário covilhanense, liquidou 75por cento da indemnização e ter-se-à comprometido a pagar o restante logo que transite em julgado o trespasse. Mas a apresentação de recursos por parte de Rui Cardoso impede que o processo fique em definitivo resolvido.
No passado mês de Outubro o Sindicato realizou um plenário às portas da Tessimax onde os ex-trabalhadores exigiam o pagamento do montante em débito. A forma de reivindicação adoptada não agradou ao empresário Paulo de Oliveira que numa carta enviada à comunicação social anunciava ser sua intenção "actuar legalmente contra os responsáveis". A isto, Luís Garra responde com tranquilidade, avisando que “das outras vezes que isto aconteceu fui sempre absolvido”.
Paulo de Oliveira “chocado”
Já Paulo de Oliveira (que tem estado no estrangeiro), no referido documento, diz ter ficado “altamente chocado com tudo o que aconteceu” na manifestação de há duas semanas atrás, concluindo que “há pessoas muito mal agradecidas, pois eu não era obrigado ao adiantamento de 75 por cento que fiz aos trabalhadores, pois ao contrário do que dizem, podia ter tomado conta da empresa sem fazer esse adiantamento”. O empresário garante não se ter comprometido a qualquer reunião com elementos da Comissão Intersindical e que até aqui todo o seu comportamento tem sido “correcto, mais do que isso, até credor da vossa gratidão”. Quanto aos 25 por cento em falta, reafirma que essa verba só é devida após “trânsito em julgado da sentença”, o que ainda não se verificou devido ao recurso de Rui Cardoso.
Sobre alguns dos cartazes exibidos na manifestação, bem como algumas palavras de ordem proferidas, diz que em alguns “são lesivas do meu bom nome e são também seriamente lesivas dos interesses da empresa, já que criam junto dos nossos clientes e fornecedores a incerteza sobre o futuro da empresa e consequentemente dúvidas e apreensão de possíveis dificuldades e atrasos na entrega de encomendas. Como entendo que tudo o que se passou é muito grave é minha intenção actuar legalmente os seus responsáveis”. |