Sporting da Covilhã e Futebol Clube do Marco proporcionaram, no passado domingo, 6 de Setembro um espectáculo de razoável qualidade face aos excelentes resultados que ambas as equipas têm conseguido na Liga de Honra. Tecnicamente o jogo não foi bonito, mas não é menos verdade que os muitos espectadores que se deslocaram ao reduto dos serranos puderam assistir a um jogo de muita luta e determinação. No fim, valeu o espírito guerreiro dos pupilos de João Salcedas que, com mais esta vitória, se isolaram no segundo lugar da tabela classificativa.
Os primeiros minutos da partida foram disputados a um ritmo lento. As equipas entraram em campo bem encaixadas uma na outra (ambas com dois homens soltos na frente) e até as modificações tácticas ocorridas durante o jogo foram semelhantes. O 4-4-2 inicial, quer de João Salcedas quer de Moura da Costa, cedo se transformou num 4-3-3 bastante mais solto e atrevido. A primeira situação de perigo surgiu ao minuto 24 quando Milton, após uma boa jogada protagonizada por Vladimir do lado direito do ataque, desferiu um forte remate a uns bons 25 metros da baliza de Beto. Valeu a intenção já que a bola acabou por sair por cima. O Covilhã parecia disposto a tomar conta do jogo e, devido ao bom preenchimento dos espaços da defensiva serrana, o Marco apenas criava perigo através de lances de bola parada. Apostados, desde início, num futebol directo apenas perfumado pelo talento do jovem Vierinha ( ex. Porto B), a equipa de Moura Da Costa adoptou um estilo de jogo que apelava à garra e ao poder físico dos seus jogadores, o que acabou por dar pouco brilho à partida e torná-la muito disputada a meio-campo. O jogo chegou ao intervalo empatado a zero, resultado justo e
que, de resto, espelhava aquilo que foi a performance das duas equipas durante os primeiros 45 minutos.
Na segunda parte, o jogo subiu claramente de tom. O Sp. da Covilhã entrou bem mais rápido e pressionante, a defesa comandada por Piguita e Sérgio Rebordão ( bem comandada diga-se) subiu no terreno e obrigou o Marco a defender mais atrás. A partir daqui a equipa da casa deixou de dar espaço de manobra ao seu adversário, cortou-lhe as linhas de passe, ocupou-lhe os espaços, roubou-lhe a bola e passou a tomar conta do jogo. Com entrada de Tarantini, Luisinho e Paulo Campos, o Sp. da Covilhã apostou tudo na vitória, abriu a frente de ataque, arriscou e demonstrou que em casa mandam os da Serra. O momento capital do jogo estava, no entanto, guardado para os 86 minutos quando Luisinho transformou em golo uma jogada fantástica de Cunha e Paulo Campos e levou os adeptos serranos à explosão de alegria. Pouco depois, João Ferreira apitou para o fim da partida e o Sp. da Covilhã garantiu mais uma vitória, suada é verdade, mas
merecida até porque foi a única equipa que acreditou na vitória. No final, mérito para o técnico João Salcedas que soube mexer na equipa e conduzi-la à sexta vitória na Liga de Honra.
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