A actuação das forças policiais foi contestada pelos feirantes
Mercado de São Marcos
GNR apreende material contrafeito

A GNR mostra-se contente com o resultado da operação. Já os feirantes queixam-se que a situação só serviu para espantar os clientes.


NC / Urbi et Orbi


A Guarda Nacional Republicana (GNR) do Fundão apreendeu, na passada semana, no mercado semanal de São Marcos, cerca de mil e 600 euros em material contrafeito e onde foram constituídos seis arguidos pela sua venda.
A operação teve início por volta das 10 horas e envolveu cerca de 70 militares da GNR. Os agentes confiscaram mil 270 peças: 50 pares de calças, 200 t-shirts, 200 pares de ténis, 20 perfumes, 300 CDs e 500 DVDs. Márcio Lourenço, tenente desta força policial, em declarações ao Diário XXI , considera que “a operação foi bem sucedida e terminou com um balanço positivo”, pois teve um grande impacto, devido ao elevado valor apreendido, e porque “decorreu sem incidentes”. Meia hora mais tarde, a situação já tinha voltado ao normal, excepto a indignação que se fez sentir por parte de muitos dos feirantes presentes, com queixas de fracas vendas, “por causa da intervenção da GNR”.
José Ramos, um dos feirantes com material apreendido, tenta justificar ao mesmo diário a venda de artigos contrafeitos, à margem da lei. “É para tentarmos governar a nossa vida. A situação está mal para todos”, explicou. Também os feirantes que se encontravam ao lado das bancas afectadas pela operação se mostraram indignados. A situação acabou por ser prejudicial para a totalidade dos feirantes, e não apenas para os arguidos, uma vez que “os fregueses fogem quando vêem tantos agentes da Guarda Nacional Republicana juntos”, queixou-se Manuel Serrano, vendedor de artigos de cozinha e de quarto. Este feirante é uma presença assídua do mercado, não podendo deixar de constatar que um dos guardas que fez parte da acção movida “vem todas as semanas comprar DVDs e CDs e leva às dezenas”.
Todavia, da parte dos fregueses, nem todos deixaram de fazer as suas compras. Manuela Gonçalves veio da Covilhã de propósito para visitar o mercado do Fundão. Assistiu à rusga, que cercou toda uma ala do mercado. Mas, nem por isso, desistiu de fazer a visita e as compras que tinha programadas.