Feira de Trocas da Covilhã
“O coleccionismo é a minha paixão”

Coleccionadores de todo o País participaram na Feira de Trocas da Covilhã, uma organização do núcleo covilhanense da Liga dos Combatentes, que se realizou no salão dos Bombeiros Voluntários da Covilhã no dia 29 de Outubro.

Por Nuno Fernandes

Este certame foi promovido pelo núcleo covilhanense da Liga dos Combatentes

A poucos momentos da abertura das portas vão chegando os coleccionadores, nas mãos trazem anuários de moedas e anuários de selos. Porém também trazem em si a emoção de poder descobrir algo “novo” que possa enriquecer ainda mais uma colecção, o prazer de rever velhos conhecidos e conhecer outras caras, a certeza de poder vender e comprar marcam também presença. Estes são alguns dos motivos que levaram a que viessem à cidade da Covilhã coleccionadores de todo o País. O núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes organizou, no salão dos bombeiros voluntários, uma vez mais, a Feira de Trocas da Covilhã, que se encontra enquadrada no calendário nacional do coleccionismo.
O acto de coleccionar é fundamental para estes participantes, Pedro Simões, relembra os catorze anos que já leva de coleccionismo de moedas “comecei com 20 anos, hoje tenho 34”, iniciando-me com “moedas que eram dos meus pais” que com o decorrer dos anos foram deixando de circular e “comecei com o bichinho” das moedas. Comprar uma moeda por mil euros pode ser visto como algo normal, porém este coleccionador prefere comprar mais moedas, sem gastar tanto, “custa-me mais comprar uma por mil euros, do que três por 350 euros cada uma”.
Infelizmente para este coleccionador este tipo de feiras, com o passar dos anos, vai perdendo dinamismo, já que a Internet permite uma maior diversificação, quer do negócio – onde se compram moedas mais baratas –, quer da procura de moedas raras, actualmente “compro mais moedas” e “vendo o meu excedente” na Internet.
Porém nem só a Internet causa problemas segundo este coleccionador. A pouca divulgação deste evento em particular – crítica na qual não esteve sozinho – leva a que a participação nestas feiras não seja maior.
Para João Azevedo, pertencente ao núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã e organizador do encontro, estas críticas não têm razão de ser, “não concordo com a falta de divulgação”, e actualmente existem cada vez mais expositores e participantes da Covilhã, não deixando de referir que na zona centro litoral, zona extremamente activa neste género de acontecimentos, as feiras “são feitas quase sem divulgação”.
Com o aumento da participação a “organização quinzenal, ou mensal, de uma feira na Covilhã” não está posta de parte, sendo mesmo um projecto “já por vastas vezes falado”.




Homenagem a Feliciano Júnior

Durante a realização da feira, o núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes, prestou uma sentida homenagem ao professor Feliciano Júnior, coordenador do calendário nacional do coleccionismo, pela sua dedicação e apoio ao mesmo.
Feliciano Júnior fala da sua “grande admiração pelo núcleo”, destacando que a homenagem que lhe dedicaram foi especial, porque “é difícil haver homenagens a vivos”.
“O coleccionismo é a minha paixão” diz o professor Feliciano Júnior, de 81 anos, lembrando também a sua vida de coleccionador “comecei na primária, com cromos”, colecções que lhe permitiam responder ao professor “aquelas cadernetas tinham muita informação” em campos vastos que iam da ciência à história, “ainda hoje as guardo”.
Ao falar destes encontros destaca os de Rio Maior “somos um ponto central” neste género de encontros, “reunimos pessoas do Minho ao Algarve” e “já fizemos 21 encontros sem interrupção”.
Para além dos encontros, e do amor ao coleccionismo, o que mais impressiona o homenageado é a “amizade” que existe entre todos “já que conhecemos pessoas de todo o País”.