A poucos momentos da
abertura das portas vão chegando os coleccionadores,
nas mãos trazem anuários de moedas e anuários
de selos. Porém também trazem em si a emoção
de poder descobrir algo “novo” que possa enriquecer
ainda mais uma colecção, o prazer de rever
velhos conhecidos e conhecer outras caras, a certeza de
poder vender e comprar marcam também presença.
Estes são alguns dos motivos que levaram a que
viessem à cidade da Covilhã coleccionadores
de todo o País.
O núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes
organizou, no salão dos bombeiros voluntários,
uma vez mais, a Feira de Trocas da Covilhã, que
se encontra enquadrada no calendário nacional do
coleccionismo.
O acto de coleccionar é fundamental para estes
participantes, Pedro Simões, relembra os catorze
anos que já leva de coleccionismo de moedas “comecei
com 20 anos, hoje tenho 34”, iniciando-me com “moedas
que eram dos meus pais” que com o decorrer dos anos
foram deixando de circular e “comecei com o bichinho”
das moedas. Comprar uma moeda por mil euros pode ser visto
como algo normal, porém este coleccionador prefere
comprar mais moedas, sem gastar tanto, “custa-me
mais comprar uma por mil euros, do que três por
350 euros cada uma”.
Infelizmente para este coleccionador este tipo de feiras,
com o passar dos anos, vai perdendo dinamismo, já
que a Internet permite uma maior diversificação,
quer do negócio – onde se compram moedas
mais baratas –, quer da procura de moedas raras,
actualmente “compro mais moedas” e “vendo
o meu excedente” na Internet.
Porém nem só a Internet causa problemas
segundo este coleccionador. A pouca divulgação
deste evento em particular – crítica na qual
não esteve sozinho – leva a que a participação
nestas feiras não seja maior.
Para João Azevedo, pertencente ao núcleo
da Liga dos Combatentes da Covilhã e organizador
do encontro, estas críticas não têm
razão de ser, “não concordo com a
falta de divulgação”, e actualmente
existem cada vez mais expositores e participantes da Covilhã,
não deixando de referir que na zona centro litoral,
zona extremamente activa neste género de acontecimentos,
as feiras “são feitas quase sem divulgação”.
Com o aumento da participação a “organização
quinzenal, ou mensal, de uma feira na Covilhã”
não está posta de parte, sendo mesmo um
projecto “já por vastas vezes falado”.
![](../imagens/300cult_feira_trocas_homenageado.jpg)
Feliciano Júnior foi homenageado pelos
promotores do evento
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Homenagem a Feliciano Júnior
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Durante a realização da feira, o núcleo
da Covilhã da Liga dos Combatentes, prestou uma
sentida homenagem ao professor Feliciano Júnior,
coordenador do calendário nacional do coleccionismo,
pela sua dedicação e apoio ao mesmo.
Feliciano Júnior fala da sua “grande admiração
pelo núcleo”, destacando que a homenagem
que lhe dedicaram foi especial, porque “é
difícil haver homenagens a vivos”.
“O coleccionismo é a minha paixão”
diz o professor Feliciano Júnior, de 81 anos, lembrando
também a sua vida de coleccionador “comecei
na primária, com cromos”, colecções
que lhe permitiam responder ao professor “aquelas
cadernetas tinham muita informação”
em campos vastos que iam da ciência à história,
“ainda hoje as guardo”.
Ao falar destes encontros destaca os de Rio Maior “somos
um ponto central” neste género de encontros,
“reunimos pessoas do Minho ao Algarve” e “já
fizemos 21 encontros sem interrupção”.
Para além dos encontros, e do amor ao coleccionismo,
o que mais impressiona o homenageado é a “amizade”
que existe entre todos “já que conhecemos
pessoas de todo o País”.
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