Estudar conceitos como portugalidade, nação e figura de Estado foi um dos pontos em causa nas provas de agregação prestadas por António dos Santos Pereira, docente do Departamento de Artes e Letras da UBI.
A figura central da lição apresentada no último dia de provas foi Luís Vaz de Camões. O docente que obteve agora o grau de agregado falou “num Camões histórico mas também num Camões como mito que serve vários desideratos das gerações do século XIX. Numa aula intitulada “Camões e a identidade nacional em Oitocentos: Os Lusíadas, epitáfio, estandarte ou essência da portugalidade”, apreciaram-se os trabalhos de grande monta da década de 70 deste período. Nomes como os de Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Teófilo Braga foram sublinhados nos dois dias. Segundo o docente da UBI, os trabalhos destes escritores em torno da figura camoniana serviram para “a construção da portugalidade”. No entender de António Pereira “hoje Camões beneficia largamente de uma boa imagem. Creio que em todas as casas portuguesas há uma edição dos Lusíadas, e, provavelmente não há uma bíblia. Daí eu defender que ele é a figura nacional”.
Para além desta lição, houve também a apreciação do curriculum vitae e apreciação do relatório para a disciplina de “História da Cultura Portuguesa II”. O júri das provas foi constituído por João Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Humberto Carlos Baquero Moreno, professor catedrático aposentado da Universidade do Porto, António Manuel Betencourt Machado Pires, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Carlos Gaspar Venâncio, professor catedrático da Universidade da Beira Interior e António Carreto Fidalgo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior. |