O festival aéreo atraiu centenas de curiosos à Covilhã
Jornadas de Aeronáutica
Com a cabeça no ar

Os céus da Covilhã foram invadidos por várias aeronaves que brindaram o muito público e os habitantes da “cidade neve” com acrobacias e demonstrações de voo. Esta parte prática das JAC 2005 foi também complementada por várias palestras.


Por Eduardo Alves


Cinco dias repletos de actividades e demonstrações marcaram o décimo ano das Jornadas de Aeronáutica da UBI. Entre os dias 12 e 14 de Outubro, o AeroUBI, Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeronáutica da UBI levou a cabo uma série de palestras sobre diversas temáticas do mundo dos aviões. Desde docentes universitários, passando por investigadores e incluindo responsáveis da Força Aérea Portuguesa, houve lugar para várias palestras no anfiteatro 8.1. da UBI. A parte mais “teórica” das jornadas terminou na passada sexta-feira com um encontro de antigos alunos desta licenciatura que debateram as suas experiências de trabalho, de conhecimentos adquiridos e de futuro nesta área.
Ângelo Caldeira é o presidente do AeroUBI e também o coordenador de todo o evento. Com uma organização feita por sete elementos, Caldeira refere “que são necessários vários meses de preparação”. Sobretudo, para o aspecto mais prático. E foi desse mesmo aspecto que o AeroUBI tratou no passado fim-de-semana. Durante dois dias, o Aeródromo da Covilhã foi “invadido” por todo o tipo de aeronaves. Desde helicópteros Alouette III, da Força Aérea Portuguesa, passando pelos aviões Pioneer 200, Rally e Cessna AYV, os amantes das aeronaves foram brindados com quase tudo. Durante todo o dia, os aparelhos ficaram em exposição e para os mais aventureiros houve mesmo a oportunidade do “baptismo de voo”. Ângelo Caldeira faz um balanço “muito positivo” de todas as jornadas e espera que o apoio da instituição e a presença maciça das pessoas no aeródromo “se volte a repetir”. Para finalizar as jornadas, dois aviões F16, da Força Aérea passaram em voo lento no aeródromo local.



Câmara apoia Sky Gu@rdian

Segundo os responsáveis pelo curso, a ligação entre a autarquia e a Universidade não tem sido a melhor

Logo no primeiro dia de jornadas, João Esgalhado, vereador na Câmara Municipal da Covilhã surpreendia docentes e alunos com o anúncio da possibilidade de apoio financeiro à aeronave não-pilotada que está a ser desenvolvida na UBI. Para tal, o responsável autárquico refere que a câmara pode obter verbas para esta finalidade através do Fundo Florestal Permanente (FFP). Isto porque o Sky Gu@rdian pode servir também para ajudar no combate aos incêndios e à vigilância florestal.
Pedro Gamboa, docente responsável pelo projecto, na UBI sublinha o lado positivo deste anúncio, mas refere que “ainda não houve qualquer contacto por parte da autarquia no sentido de reunirmos e se trabalhar sobre o assunto”. Gamboa diz que foi com alguma surpresa que recebeu esta notícia, até porque “a ligação entre a autarquia e Universidade não tem sido a melhor”.
Em termos de plataforma, a aeronave está terminada e pronta a funcionar com um motor eléctrico, em termos de sistemas para voo autónomo, “ainda está em fase de desenvolvimento”, explica o docente. O mesmo que adianta que “a parte mais complicada do projecto está agora a começar, trata-se da aviónica, da electrónica do próprio aparelho e da instalação do sistema de orientação”. Gamboa lembra ainda que esta aeronave surge de uma parceria entre diversas entidades e daí a importância de encontros prévios entre a UBI e a Câmara da Covilhã. Reuniões que serviriam “para se verificar as linhas de apoio, se à Universidade, se a todas as entidades envolvidas no projecto”. Durante as jornadas, a falta de um hangar foi, de novo, tema em voga. Docentes e alunos referiam o facto da autarquia estar a pensar em construir um aeroporto na cidade. Daí a importância de se clarificar a questão dos terrenos “até porque o projecto do hangar está já terminado e pronto a arrancar”, sublinha o docente.