O Departamento de Psicologia da UBI propõem-se agora criar uma colecção de obras científicas
Apresentação de livro
Departamento de Psicologia
lança obra científica


Decorreu na passada terça-feira, 4 de Outubro, a apresentação do livro “Métodos e Técnicas Laboratoriais em Psicofisiologia”. Este será o primeiro volume de uma linha editorial organizada pelo Departamento de Psicologia e Educação da UBI.


Por Susana Gomes


A reunião científica “Actividade cerebral: Aspectos laboratoriais, clínicos e forenses”, que teve lugar no pólo IV da UBI, foi o mote para o lançamento do primeiro volume da colecção “Psicologia e educação”, intitulado “Métodos e técnicas laboratoriais em psicofisiologia”. O seu organizador foi Carlos Fernandes da Silva, professor catedrático da Universidade de Aveiro, mas a obra conta, ainda, com autores da UBI.
O prefácio ficou a cargo de Manuel Loureiro, docente da UBI e director do curso de Psicologia. Este, afirma que o lançamento deste livro “é um trabalho que resulta de colaboração”, e que “apraz registar o lançamento de uma linha editorial, num departamento onde as condições científicas já o justificam”. Acrescenta, ainda, que “este livro proporciona informação básica, de uma forma acessível, acerca de aspectos essenciais”.
Já Carlos Fernandes destacou que “a ideia deste livro nasceu em 1984, quando acabei a licenciatura em Psicologia, e fui para Oxford”. Aí, “associei a teoria à prática”, facto que o levou a perceber a importância dos métodos e técnicas laboratoriais, em psicologia.
Mas o seu gosto pela psicofisiologia começou a ser mais vincado em 1982, ano em que começou a dar aulas como monitor. Assim surgiu o interesse pela neuropsicologia, que é uma neurociência básica, associada à psicologia clínica. Para além de docente, Carlos Fernandes é, igualmente, aluno do quarto ano de Medicina, e trabalhou 17 anos nos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Na sua opinião, “a UBI e o departamento de psicologia estão de parabéns. Esta é uma iniciativa que agrada a qualquer um”. Reconhece, ainda, duas vantagens associadas ao livro. A primeira refere-a em tom de ironia, “se tiver asneiras, são poucas”. A segunda associa-se à escrita, a à facilidade de compreensão, “se estiver bem escrito, é um manual simples que interessa a qualquer aluno”. Para finalizar, refere que o livro é dotado de “maturidade científica”, pois “não discute autores e datas, mas sim teorias e factos”. Este deve ser, no seu entender, “o princípio das ciências modernas”.
Após a apresentação do livro, seguiram-se duas comunicações subordinadas ao tema “Actividade Cerebral”, que contaram com a presença de dois convidados ilustres. Maria Assunção Vaz Patto foi a primeira a fazer a sua apresentação. Vaz Patto é assistente hospitalar de neurologia, e exerce também as funções de neurologista no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). Acumula a estas, a função de docente auxiliar convidada, na Faculdade de Medicina, da UBI. A sua apresentação foi relativa ao “Papel da Neurofisiologia nos estados alterados de consciência”. A ideia principal desta sua comunicação baseia-se na problemática da consciência, associada ao estado de alerta. Este corresponde ao sentido de si, e do meio envolvente.
A última comunicação estava reservada ao conceituado professor e investigador, Pinto da Costa. Este exerce a função de professor catedrático na Faculdade de Medicina no Porto, e trabalha no Instituto de Medicina Legal (IML). O tema sobre o qual debateu foram as ciências forenses, especificamente “Autópsia Psicológica”. As ciências forenses são uma área multidisciplinar em que as ciências físicas e naturais têm uma importância crescente, contribuindo para o esclarecimento da forma como ocorreu determinado crime e ajudando a identificar os seus intervenientes, através do estudo da prova material recolhida no âmbito da investigação criminal. A autópsia psicologia ajuda, neste sentido, a tentar desvendar a causa da morte, em caso de dúvida.
Na opinião de Pinto da Costa, “a autópsia psicológica como entidade autónoma, não existe. Esta associa-se sempre ao corpo médico-legal”. Por sua vez, “a autópsia médico-legal é o resultado de uma intervenção multidisciplinar”, pois é preciso ter em conta uma multiplicidade de factores. Refere, ainda, que “é fundamental apreender a ideia que a autopsia médico-legal se diferencia da autópsia clínica”. Na primeira “não existe o consentimento de familiares, e é um imperativo legal para a justiça”, enquanto que a segunda “exige o consentimento de familiares e entidades legais”.
Relativamente ao livro que foi apresentado no âmbito desta comunicações, refira-se a ideia do lançamento de um segundo volume subordinado a teorias e modelos da psicofisiologia. Mais teórico, mas que irá complementar o primeiro volume. O terceiro volume irá incidir, à partida, na área da psicofisiologia aplicada. Esta informação foi assegurada pelo organizador do primeiro volume, Carlos Fernandes.