Após uma primeira
fase onde os alunos das cinco unidades científicas
apresentaram ideias sobre os novos métodos pedagógicos
e de avaliação na UBI, a Associação
Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI)
acabou por realizar uma sessão final para debater
todas as opiniões e comentários feitos na
primeira fase do Fórum Pedagogia.
Para esta sessão de encerramento, a academia convidou
também membros de outras instituições
e estudantes ligados a vários órgãos
como o Conselho Nacional de Estudantes, para virem apresentar
algumas ideias sobre temas como o Processo de Bolonha,
a Lei de Bases do Ensino Superior e os métodos
pedagógicos e de avaliação. Foi também
neste encontro que encerrou o Fórum Pedagogia que
a AAUBI revelou os dados apurados num inquérito
feito aos alunos da Universidade. O anfiteatro das Sessões
Solenes não estava tão cheio quanto o da
Parada, aquando da realização da primeira
sessão deste fórum, mas ainda assim foram
em número significativo, os alunos que aproveitaram
a presença do reitor da UBI, Santos Silva, para
questionarem o responsável máximo pela instituição
sobre alguns pontos que os estudantes julgam estar a funcionar
menos bem.
Na troca de impressões, Santos Silva começou
por apontar que a projecto de avaliação
feito pelo Conselho Pedagógico da UBI não
está oficializado, nem vai entrar em funcionamento
no presente ano lectivo. Santos Silva lembrou que as medidas
apontadas no documento dizem respeito a docentes e alunos
“daí ser importante ouvir a opinião
de todos os envolvidos antes de tomar uma decisão”.
Segundo o reitor da UBI, “esta acção
dos estudantes, realizada todos os anos tem um grande
valor”. Santos Silva salientou ainda a capacidade
de diálogo no seio da academia de todos os responsáveis.
Foi neste diálogo com os alunos que reitor, Conselho
Pedagógico e Associação Académica
ficaram a conhecer algumas disciplinas onde se encontram
problemas de espaço. Para resolver esse assunto,
Santos Silva pediu a todos os estudantes da Universidade
que tenham conhecimento desta problemática que
façam chegar através da AAUBI as condições
em que decorrem as aulas e a que cadeiras esse problema
se verifica. O reitor lembra que “não faz
sentido que isso aconteça em nenhum curso da UBI,
muito menos nos de engenharia”, que funcionam no
pólo 8, um dos maiores da Universidade.
Outro dos pontos em discussão nesta “etapa
final” do fórum foi a avaliação.
Recorde-se que o Conselho Pedagógico apresentou
um projecto que tinha como linhas mestras a presença
dos alunos em mais de 50 por cento das aulas, uma nota
mínima para exame e uma nota final que resultaria
na média obtida através de frequência
e de exame. Santos Silva referiu que se tratava apenas
de um projecto. Mesmo assim, o reitor da instituição
lembrou aos alunos “o papel importante que este
tem no processo de aprendizagem”. Referiu também
que “é necessário uma participação
mais evidente dos alunos”. Quanto aos métodos
de avaliação o responsável aponta
para novos caminhos. Santos Silva diz que as Universidades
não podem estar ligadas a metodologias arbitrárias
e singulares de avaliação. Torna-se, por
isso, necessário “um método geral
que avalie os alunos”. A UBI está a trabalhar
no sentido das metodologias e das avaliações
serem feitas “em consonância entre os docentes
e os directores de curso”. O papel destes “é
necessário para que tudo funcione da melhor forma”.
Para além de tudo isto, os vários representantes
lembraram que Bolonha só estará implantado
em 2010. Contudo, a UBI está já a preparar-se
para toda “uma mudança de paradigmas que
tem de ocorrer no Ensino Superior”. Este “é
um processo que se faz caminhando”, recorda Santos
Silva e que, como tal, deve “merecer o empenho de
todos”.
Nesta sessão de enceramento, a Associação
Académica deu a conhecer os resultados do mais
recente inquérito feito aos alunos da UBI. Várias
questões foram colocadas aos estudantes para que
estes avaliassem todo o processo lectivo da instituição.
De entre os dados recolhidos pela academia, destaque para
o que diz respeito à figura do tutor. Segundo o
inquérito, 75 por cento dos alunos nunca se dirige
ao docente que está destacado como seu tutor. Já
no que diz respeito ao horário de atendimento,
42 por cento dos estudantes diz nunca ter recorrido a
este período para esclarecer dúvidas ou
outros assuntos. No âmbito da avaliação,
80 por cento dos alunos diz que os critérios são
discutidos no início de cada semestre, mas 60 por
cento dos estudantes sublinha o facto destes serem impostos,
previamente, pelo docente. Talvez por isso mesmo, 72 por
cento dos alunos refiram que os critérios pedagógicos
não são os melhores.
O dado mais curioso e que levantou alguma apreensão
foi o da percentagem de alunos que não tem conhecimento
do Processo de Bolonha. Segundo o inquérito da
AAUBI, 52 por cento dos alunos não conhece as linhas
mestras da nova orientação do superior.
Um dado que não deixa contente os responsáveis
que "têm feito um esforço para divulgar
informações sobre o tema". Ainda assim,
a AAUBI refere que esta situação se verifica
um pouco por todo o País.
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