Fórum Pedagogia
Avaliação volta a ser discutida

O Fórum Pedagogia 2005 encerrou com uma acção onde foram debatidos os principais problemas apontados pelos alunos. O reitor da UBI e os responsáveis pedagógicos ouviram as preocupações que envolvem a mudança no processo escolar que se irá verificar com as exigências do Processo de Bolonha. Durante esta sessão, onde também estiveram representantes de outras organizações, a Associação Académica da UBI divulgou os resultados de um inquérito feito aos alunos sobre a vida académica da Universidade.

Por Eduardo Alves

Os alunos da UBI procuraram esclarecimentos sobre os novos métodos de avaliação

Após uma primeira fase onde os alunos das cinco unidades científicas apresentaram ideias sobre os novos métodos pedagógicos e de avaliação na UBI, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) acabou por realizar uma sessão final para debater todas as opiniões e comentários feitos na primeira fase do Fórum Pedagogia.
Para esta sessão de encerramento, a academia convidou também membros de outras instituições e estudantes ligados a vários órgãos como o Conselho Nacional de Estudantes, para virem apresentar algumas ideias sobre temas como o Processo de Bolonha, a Lei de Bases do Ensino Superior e os métodos pedagógicos e de avaliação. Foi também neste encontro que encerrou o Fórum Pedagogia que a AAUBI revelou os dados apurados num inquérito feito aos alunos da Universidade. O anfiteatro das Sessões Solenes não estava tão cheio quanto o da Parada, aquando da realização da primeira sessão deste fórum, mas ainda assim foram em número significativo, os alunos que aproveitaram a presença do reitor da UBI, Santos Silva, para questionarem o responsável máximo pela instituição sobre alguns pontos que os estudantes julgam estar a funcionar menos bem.
Na troca de impressões, Santos Silva começou por apontar que a projecto de avaliação feito pelo Conselho Pedagógico da UBI não está oficializado, nem vai entrar em funcionamento no presente ano lectivo. Santos Silva lembrou que as medidas apontadas no documento dizem respeito a docentes e alunos “daí ser importante ouvir a opinião de todos os envolvidos antes de tomar uma decisão”. Segundo o reitor da UBI, “esta acção dos estudantes, realizada todos os anos tem um grande valor”. Santos Silva salientou ainda a capacidade de diálogo no seio da academia de todos os responsáveis.
Foi neste diálogo com os alunos que reitor, Conselho Pedagógico e Associação Académica ficaram a conhecer algumas disciplinas onde se encontram problemas de espaço. Para resolver esse assunto, Santos Silva pediu a todos os estudantes da Universidade que tenham conhecimento desta problemática que façam chegar através da AAUBI as condições em que decorrem as aulas e a que cadeiras esse problema se verifica. O reitor lembra que “não faz sentido que isso aconteça em nenhum curso da UBI, muito menos nos de engenharia”, que funcionam no pólo 8, um dos maiores da Universidade.
Outro dos pontos em discussão nesta “etapa final” do fórum foi a avaliação. Recorde-se que o Conselho Pedagógico apresentou um projecto que tinha como linhas mestras a presença dos alunos em mais de 50 por cento das aulas, uma nota mínima para exame e uma nota final que resultaria na média obtida através de frequência e de exame. Santos Silva referiu que se tratava apenas de um projecto. Mesmo assim, o reitor da instituição lembrou aos alunos “o papel importante que este tem no processo de aprendizagem”. Referiu também que “é necessário uma participação mais evidente dos alunos”. Quanto aos métodos de avaliação o responsável aponta para novos caminhos. Santos Silva diz que as Universidades não podem estar ligadas a metodologias arbitrárias e singulares de avaliação. Torna-se, por isso, necessário “um método geral que avalie os alunos”. A UBI está a trabalhar no sentido das metodologias e das avaliações serem feitas “em consonância entre os docentes e os directores de curso”. O papel destes “é necessário para que tudo funcione da melhor forma”.
Para além de tudo isto, os vários representantes lembraram que Bolonha só estará implantado em 2010. Contudo, a UBI está já a preparar-se para toda “uma mudança de paradigmas que tem de ocorrer no Ensino Superior”. Este “é um processo que se faz caminhando”, recorda Santos Silva e que, como tal, deve “merecer o empenho de todos”.




AAUBI revela inquérito

Nesta sessão de enceramento, a Associação Académica deu a conhecer os resultados do mais recente inquérito feito aos alunos da UBI. Várias questões foram colocadas aos estudantes para que estes avaliassem todo o processo lectivo da instituição. De entre os dados recolhidos pela academia, destaque para o que diz respeito à figura do tutor. Segundo o inquérito, 75 por cento dos alunos nunca se dirige ao docente que está destacado como seu tutor. Já no que diz respeito ao horário de atendimento, 42 por cento dos estudantes diz nunca ter recorrido a este período para esclarecer dúvidas ou outros assuntos. No âmbito da avaliação, 80 por cento dos alunos diz que os critérios são discutidos no início de cada semestre, mas 60 por cento dos estudantes sublinha o facto destes serem impostos, previamente, pelo docente. Talvez por isso mesmo, 72 por cento dos alunos refiram que os critérios pedagógicos não são os melhores.
O dado mais curioso e que levantou alguma apreensão foi o da percentagem de alunos que não tem conhecimento do Processo de Bolonha. Segundo o inquérito da AAUBI, 52 por cento dos alunos não conhece as linhas mestras da nova orientação do superior. Um dado que não deixa contente os responsáveis que "têm feito um esforço para divulgar informações sobre o tema". Ainda assim, a AAUBI refere que esta situação se verifica um pouco por todo o País.