A empresa do grupo Somague vai agora ficar responsável pelo tratamento das águas residuais do concelho
Nos próximos 30 anos
Empresa Águas da Serra
trata esgotos do concelho

A Câmara da Covilhã revela que o tratamento de esgotos ficará a cargo da empresa Águas da Serra (AdS), através da exploração de 32 sistemas de águas residuais, num investimento total de perto de 19 milhões de euros. Segundo a autarquia esta é uma “privatização temporária”, já que o património continua a pertencer ao município.


Filipa Minhós
NC / Urbi et Orbi


Depois de ter recusado o projecto da Águas do Zêzere e Côa (AZC) para o tratamento da totalidade dos esgotos do concelho da Covilhã, a autarquia, por intermédio dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS), aprovou, através de um concurso internacional, o projecto apresentado pela empresa Águas da Serra (AdS), consórcio do grupo Somague.
A edilidade e a AdS acordaram, no passado dia 25 de Abril, uma concessão da exploração e gestão dos serviços públicos municipais de saneamento em alta do concelho da Covilhã por parte da empresa privada durante os próximos 30 anos, num investimento total de cerca de 19 milhões de euros. Durante os dois primeiros anos a empresa compromete-se a proceder à construção de infra-estruturas e aquisição de equipamentos, com o objectivo de alcançar os níveis de cobertura e obter os níveis de qualidade de serviço pretendidos, investindo 14 milhões de euros. “Importa referir que não há uma privatização, mas sim uma concessão, uma vez que daqui a 30 anos o património das águas regressa para aos mãos da autarquia. Podemos dizer que as águas estão privatizadas apenas temporariamente”, garante Alçada Rosa, administrador dos SMAS da cidade.
O total da operação irá custar à autarquia 80 milhões de euros. O preço das tarifas vai aumentando gradualmente conforme os anos vão passando, sendo que no primeiro ano, a edilidade tem de pagar 26 cêntimos por metro cúbico de esgoto, e no último, 97 cêntimos, a preços de 2005. “Isto foi um dos factores que nos levaram a aceitar este projecto, na medida em que na fase inicial o pagamento é menor do que na fase final da concessão”, sublinha Alçada Rosa. Como as tarifas vão ser suportadas pela câmara e não cobradas directamente ao consumidor, o director do SMAS não sabe o que vai acontecer ao preço da água, pois este “depende apenas de uma decisão política”. “É a câmara que decide se o preço da água sobe, desce ou se mantém”, explica.
Desde que iniciou a sua actividade, a 1 de Junho, a empresa Águas da Serra explora 32 sistemas de tratamento de águas residuais, dos quais dez ETAR’s (Estações de Tratamento de Águas Residuais) já foram recuperadas. Do investimento faz parte ainda a construção de 13 novos pequenos sistemas, de um emissário de 15 quilómetros e de duas ETAR’s, a da “Grande Covilhã” e a de “Unhais da Serra”. O terreno onde a ETAR da Grande Covilhã vai ficar instalada ainda está em negociações, pelo que Alçada Rosa só pode garantir que a mesma ficará situada entre Ponte Pedrinha e Boidobra.
Neste momento estão em fase de conclusão os trabalhos de recuperação nas ETAR’s de Cortes do Meio e Verdelhos, prevendo-se que até ao mês de Dezembro estejam concluídos todos os trabalhos de recuperação das restantes 17 ETAR’s. Até ao primeiro trimestre de 2007, “todas as obras de construção e recuperação de ETAR estarão concluídas, pelo que nessa altura o concelho da Covilhã terá os esgotos tratados a 100 por cento”, promete Sophie Lemazurier, presidente da AdS.