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As principais autarquias da Cova da Beira mantiveram os seus presidentes. Covilhã e Fundão voltaram a ficar na posse dos sociais-democratas, enquanto que a Guarda e Castelo Branco continuam socialistas, por mais quatro anos.
Numa noite eleitoral em que os resultados nacionais se revelaram desastrosos para os socialistas, a Beira Interior conseguiu, ainda assim, ser favorável ao partido do Governo. O PS perdeu nas autárquicas de 9 de Outubro a corrida pelas principais câmaras do País, como foi o caso de Lisboa, Porto, Coimbra e Sintra. Um resultado que registou idêntico destino na Cova da Beira.
Na Covilhã, Carlos Pinto volta mais uma vez a liderar os destinos da autarquia serrana. Ainda assim, estas eleições marcam uma quebra de votos para a câmara municipal. Pinto vai agora gerir a edilidade covilhanense, novamente com maioria absoluta, mas com um vereador a menos. O Partido Socialista elege, na Covilhã, mais um representante para a câmara e reforça também com mais um elemento a presença na Assembleia Municipal, passando de dez para 11 eleitos.
Ao contrário da câmara municipal, o PSD acaba por ganhar mais freguesias no concelho da Covilhã, como é o caso do Ferro. Esta eleição fica marcada pela vitória expressiva de Carlos Pinto. Das 31 freguesias que compõem o concelho covilhanense, o PSD apenas não saiu vencedor em quatro, apesar de, em alguns casos esse situação se demonstrar pelo apoio a candidaturas independentes. José Pinto, da CDU continuará a comandar os destinos da Boidobra e o PS ficará à frente da Conceição, onde Carlos Martins teve uma vitória expressiva, Vila do Carvalho com uma lista liderada por Júlio Durão e Erada, onde António Mendes Paulo foi eleito presidente.
No rescaldo da contagem dos votos, o social-democrata referiu num comício realizado na Praça do Município que “esta é uma vitória de todos aqueles que há muitos anos fazem trabalho pelo concelho”. Um discurso de vitória acalorado onde Pinto sublinhou que foi eleito “para servir a Covilhã e não um partido”. Daí que nos próximos quatro anos “não vão existir surpresas, o trabalho vai ser feito no sentido do progresso para esta terra”, referiu o edil. Nesse aspecto, Carlos Pinto trouxe ainda para o discurso de vitória todos os que concorreram a estas eleições. “Quero dirigir uma palavra de apreço a todos os eleitos e não eleitos e dizer que são chamados a defender os interesses desta cidade”, rematou o social-democrata.
Oposição reforçada, mas pouco |
O PS conseguiu eleger dois vereadores para a Câmara da Covilhã |
Já do lado do Partido Socialista, Vítor Pereira
mostrava-se satisfeito com os resultados obtidos nestas
autárquicas. Embora o objectivo principal, “que era
a conquista da câmara municipal” não tenha
sido concretizado, Pereira refere que os socialistas conseguiram
um melhor resultado que em 2001. Eleito vereador na oposição
para a Câmara Municipal da Covilhã, o candidato
à autarquia serrana e deputado na Assembleia da República
salienta que “o PS da Covilhã conseguiu mais 1640
votos nestas eleições, em comparação
com 2001”, ao passo que os sociais-democratas “perdem 2916”.
Nestas contas de ganha e perde Pereira lembra que os socialistas
somam mais um vereador na autarquia e um membro na Assembleia
Municipal (AM). O PS fica agora com dez membros na AM, com
as freguesias da Erada, Vila do Carvalho e Conceição
e com dois vereadores na autarquia covilhanense. Por tudo
isto, o líder da concelhia diz que “estão
lançadas as base para que daqui a quatro anos, o
PS consiga, de vez, a Câmara da Covilhã”. Quanto
aos cargos que agora desempenha dentro do partido, o deputado
refere que não vê razão para convocar
eleições para a Concelhia da Covilhã,
mas já no que respeita ao mandato de vereador, Vítor
Pereira vai ponderar vários aspectos e decidir ainda
esta semana, “onde fazer o melhor trabalho em prol da Covilhã”,
se na Assembleia da República, se na Câmara
da Covilhã.
Quem também traça uma conclusão optimista
destas autárquicas é o candidato pela Coligação
Democrática Unitária (CDU). Jorge Fael não
se mostra “minimamente desiludido com a não eleição
de um vereador”, até porque “a CDU será compensada
por uma representação reforçada em
todo o concelho”. Ainda que tenha perdido cerca da 300 votos,
os comunistas conseguiram reforçar os seus eleitos
para as assembleias de freguesia. Fael destaca o caso da
Conceição, do Barco, dos Vales do Rio, de
Casegas e de São Pedro. Para além destas freguesias,
em que a CDU consegue lugares, a coligação
conquista mais uma vez a freguesia da Boidobra, a única
freguesia comunista em todo o concelho da Covilhã.
“Face aos resultados alcançados nas assembleias de
freguesia, a conclusão final é muito boa”,
remata Fael. O mesmo que refere ainda continuar um trabalho
“exemplar” na AM.
Nuno Reis, candidato à Câmara Municipal da Covilhã pelo CDS-PP faz uma leitura diferente. Para Reis, “os principais derrotados destas autárquicas foram os partidos de esquerda”. Segundo o candidato do CDS, “na Covilhã essa derrota recai mais sobre o Partido Socialista, uma vez que os candidatos desta força política chegaram a pedir a maioria absoluta para a câmara”. Com um total de 524 votos para a autarquia, o CDS-PP não consegue eleger um vereador, um dos objectivos iniciais da campanha de Nuno Reis. “A mensagem do nosso partido passou para as pessoas e estão dados os passos necessários para que esta força política volte a ter uma forte presença no concelho”, acrescenta. O CDS-PP vai estar representado na AM através de um eleito, cargo que volta a ser ocupado por Isilda Barata.
Castelo Branco continua socialista, tal como Penamacor e Belmonte
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Região dividida |
Em termos regionais, destaque para vitória “esmagadora” de Joaquim Morão em Castelo Branco. O candidato do PS volta a conquistar a autarquia albicastrense com mais de 20 mil votos, o segundo partido, PSD, apenas obteve perto de 5 mil e 600.
No que diz respeito a câmaras socialistas na região, a segunda grande vitória para o partido rosa registou-se na Guarda. O PS vence com maioria relativa, mas dilatou a vantagem do PSD, relativamente aos resultados obtidos há quatro anos. Belmonte e Penamacor são também outras duas autarquias da região que se mantêm socialistas. Na vila de Pedro Álvares Cabral, o PS volta a encontrar o rumo da autarquia com um total de 2391, contra pouco mais de mil e 700 votos da segunda candidatura liderada pelo independente Dias Rocha. Em Penamacor, Domingos Torrão volta a conquistar, por mais quatro anos, a autarquia raiana.
O Fundão, a par da Covilhã, voltou a ser laranja. Manuel Frexes conquista pela segunda vez a autarquia fundanense com um resultado mais expressivo do obtido nas autárquicas de 2001. Cerca de 12 mil e 500 votos elegem cinco vereadores sociais-democratas para a autarquia fundanense, ao passo que o Partido Socialista obtêm 4 mil e 700 votos, o que lhe dá direito a ter dois lugares na vereação da câmara. |
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