A Narrativa e Educação Cívica foi o tema de uma palestra apresentada pelos docentes da UBI, Maria Luísa Branco e Paulo Osório e que teve como objectivo principal marcar a importância de “uma boa história, ou aquilo que pode ser induzido a partir dela, para a educação cívica”. Curiosamente, como realçou Paulo Osório, referindo-se ao Ensino Secundário, “numa disciplina tão importante para a educação cívica como a de Língua Portuguesa, o peso dado à literatura e às narrativas nos programas e manuais escolares é cada vez menor”. Para Maria Luísa Branco, é estranho que nos manuais actuais de Educação Cívica, do Ensino Básico, se verifique a quase ausência do uso de narrativas. Para a docente e investigadora do IFP, é de lamentar em especial o não recurso às narrativas literárias.
Esta actividade, promovida pelo IFP, culminou com um debate entre os participantes. Da troca de opiniões, resultou a ideia de que “as pessoas devem ser sensibilizadas, desde tenra idade, para a leitura de obras clássicas ou de outras narrativas consideradas interessantes, dada a mais-valia desta leitura para a formação da imaginação moral, pela abertura que proporciona a pontos de vista diversos e às diferentes possibilidades humanas, aspecto essencial para uma correcta educação cívica”.
Maria Luísa Branco vai mais longe ao considerar que é importante recuperar as potencialidades da narrativa na educação cívica mas que não basta que esta seja feita apenas no espaço de uma área curricular não-disciplinar, como propõe a actual reorganização do ensino básico. Todos os professores devem encarar a educação cívica como tarefa, independentemente da disciplina que leccionam. Para esta docente, “a escola deve tornar-se um espaço privilegiado de educação para a cidadania”.
A próxima palestra, incluída no ciclo de colóquios e conferências promovido pelo IFP está marcada para dia 27 de Outubro, às 18 horas. Na sala de seminários da Biblioteca Central, António Bento fala sobre “Kafka e Cânone”. |