Portugal tem assistido, ano após ano, à falta de colocação para professores. A desacreditação por esta saída profissional começou a crescer e a maioria dos cursos de via ensino atravessam dificuldades devido à falta de alunos. Há cada vez menos interessados em ingressar nesta área devido à falta de perspectivas de emprego. O sonho de ensinar acaba por ser ultrapassado pela procura de um emprego mais estável. Ainda assim, há cursos de via ensino, onde as saídas profissionais são evidentes, que continuam sem atrair os estudantes.
O caso do curso de Informática de via ensino é um bom exemplo disso mesmo. A Universidade da Beira Interior tinha 18 vagas para esta licenciatura, mas nenhuma foi preenchida. Por outro lado, os 78 candidatos profissionalizados desta área que concorreram pela primeira vez ao ensino, conquistaram de imediato um lugar nos quadros do Ministério da Educação. É tão confortável a situação dos concorrentes a vagas de ensino de Informática que, ainda este ano, depois de entrarem para os quadros todos os profissionalizados que pretenderam fazê-lo, ainda sobraram por ocupar cerca de 260 vagas do quadro. Assim, ainda foram colocados em vagas definitivas do grupo 39 cerca de 260 candidatos com habilitação própria (4ª e 5ª prioridades), ou seja, pessoas que não têm cursos de via ensino, embora tenham formação na área da informática, passam assim a dar aulas.
Outro exemplo de um curso com baixos acessos, e uma taxa de contratação razoável, é o Espanhol, grupo em que no final da primeira contratação cíclica, excluindo os finalistas, havia, em todo o País, apenas 17 professores por colocar, embora neste caso se contabilizem não vagas para os quadros, mas contratos anuais e temporários. Para o ano lectivo 2005/06, a UBI disponibilizou 20 vagas no curso de Português e Espanhol, mas na primeira fase, apenas foram colocados cinco alunos.