Nos cuidados hospitalares, os enfermeiros são peças fundamentais com “um trabalho crucial que nem sempre é levado em linha de conta”. Isto porque, muitas das práticas de enfermagem “são pequenas coisas para o resultado final, mas grandes acções para doente e profissional de saúde”. Ideias defendidas por Paula Cristina Pereira de Brito Fernandes na apresentação da sua dissertação de mestrado, intitulada “Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE): Preparação e Conhecimento dos Enfermeiros do Centro Hospitalar da Cova da Beira, SA”.
Um estudo que questionou 80 profissionais de enfermagem do Centro Hospitalar da Cova da Beira sobre vários aspectos. Desde a capacidade individual de gerir as suas práticas mediante um protocolo estipulado por um programa informático, passando também pela anotação das acções desenvolvidas. Segundo a autora da tese, estamos perante algo que “trata da percepção da necessidade de um registo informático dos cuidados de enfermagem”. Tem existido alguma dificuldade por parte dos enfermeiros, em mostrarem o seu trabalho, isto porque “muito do que é realizado pelos enfermeiros não é registado”, sublinha Paula Fernandes.
Uma das conclusões que este estudo pretende é a implementação do CIPE, uma classificação que serve para demonstrar o grau de eficácia das acções de enfermagem. Este tipo de classificação é feito através de uma linguagem e de parâmetros estandardizados. “Se tivermos uma linguagem estandardizada já podemos dar visibilidade ao nosso trabalho”, lembra a autora do estudo. A mesma adianta que “desta forma podemos mostrar e comparar o nosso trabalho com profissionais de enfermagem de todo o planeta”.
A tese apresentada mereceu a aprovação do júri composto por Manuel Alves Rodrigues, professor coordenador da Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, Mário José Baptista Franco, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e Anabela Antunes de Almeida, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior. |