Quando, logo aos dois minutos, o avançado do Olhanense Toy, cabeceou sozinho na área, com o guardião Serrão a desviar a bola para a trave, muitos dos adeptos do Covilhã temeram que no passado domingo, no Complexo Desportivo, a equipa da casa não conseguisse dar seguimento aos bons resultados que tem alcançado na Liga de Honra. Enganaram-se pois os serranos venceram pela terceira vez, em três jornadas disputadas, fruto de um futebol inteligente, não muito bem jogado, mas tremendamente eficaz.
O Olhanense entrou forte no jogo. Mandão, o futebol apoiado, de passe curto, dava a posse de bola aos algarvios, e fazia com que os Leões da Serra pouca vezes conseguissem fazer aquilo que mais gostam: contra-atacar. Depois de Toy, foi a vez de Ernesto, aos sete minutos, desperdiçar mais uma boa oportunidade, com o Covilhã a responder um minuto depois com uma escapada de Tarantini, pela direita, que cruzou para a área onde Jorge Vidigal desviou para canto. Aos 20 minutos, Serrão iniciou a sua grande exibição ao defender para canto um forte remate de Miranda. A partir daí o jogo entrou numa toada morna, com um futebol pouco vistoso, com o Covilhã a espreitar por duas vezes o contra-ataque com iniciativas na esquerda, por Cordeiro, mas que deram em nada. Os algarvios continuavam a ter mais posse de bola, mas não entravam na área serrana, já que a defesa se mostrava muito concentrada. E quando nada o fazia esperar, o Covilhã chega ao golo. Paulo Sérgio, defesa do Olhanense, dá um brinde, ao atrasar mal a bola para o seu guardião, e Oliveira, muito lesto, intercepta o esférico, entra na área e é rasteirado por Bruno Veríssimo. Penalty claro que Banjai iria transformar em golo. O muito público que acorreu ao Complexo Desportivo explodia de alegria e a claque organizada dos serranos já gritava “Ninguém pára o Covilhã”.
Mais um brinde, mais um golo
Na segunda parte, embora de forma tímida, a turma de Olhão quis empurrar o Covilhã para a sua área. Entrou mais um avançado, Pepa, para o lado de Toy, mas raramente estes dianteiros conseguiram furar pela defesa serrana. Apenas aos 53 minutos Ricardo Silva o conseguiu, pela direita, mas o seu remate foi parado com categoria por Serrão. Sete minutos depois, mais um “rebuçado” oferecido aos “Leões da Serra”. Vladimir arranca pela direita, cruza para a área, e Paulo Sérgio, sem que ninguém o incomodasse, amortece, de cabeça, a bola para a entrada da área, onde está Tarantini que, mais em jeito que em força, remata para o 2-0.
A partir deste momento, o Sporting não mais se viu em termos ofensivos (o trabalho estava feito), mas houve alguém que se mostrou: Serrão. O Olhanense recorreu à meia distância, para tentar o golo, mas o guardião serrano fez um conjunto de defesas excelentes que garantiram que as suas redes não fossem violadas. Foi assim aos 69 minutos, após livre de Jorge Vidigal, aos 76 minutos, de novo após livre deste jogador e aos 84, depois de um violento pontapé, de fora da área, de Sérgio Marquês. Cosme Machado (boa arbitragem) dava, pouco depois, o jogo por terminado e assim o Sporting da Covilhã conseguia o seu nono ponto, que lhe dá a liderança isolada no campeonato.
No final, Paulo Sérgio, treinador do Olhanense, enaltecia a tarde inspirada de Serrão e lamentava as “duas ofertas” da sua defesa para os golos adversários. Já João Salcedas elogiava a inteligência da sua equipa, numa vitória “justa”, mas alertava os adeptos para o dia em que chegar a primeira derrota. “Não somos o Chelsea. Esse dia há-de chegar, mas queremos adiá-lo o mais possível”. |