O Desportivo de Castelo Branco, fundado em 10 de Outubro de 1967, continua a apostar na formação dos jovens. José Manuel Bernardino, presidente da Direcção, lembra o historial do Clube que ao longo dos anos participou em campeonatos distritais e nacionais, nas várias categorias. No entanto é na formação que a popular colectividade mais aposta, com cerca de 250 jovens a praticar futebol nas categorias de Escolas (três equipas), Infantis (duas equipas), Iniciados, Juvenis e Juniores. A modalidade do basquetebol, com um funcionamento autónomo, desenvolve-se com cerca de 70 jovens nas suas classes de formação de ambos os sexos. No total, avança Bernardino, “o Desportivo movimenta 300 jovens”.
No que respeita a apoios para gerir esta “verdadeira escola de formação”, José Bernardino conta com as diversas entidades oficiais, sociedade civil, empresas, alguns amigos e colaboradores, para além de uma campanha levada a cabo para minorar as dificuldades financeiras que a colectividade atravessa. “Desde Março até à data já conseguimos reduzir o nosso passivo em cinco mil euros”, uma importância significativa que vem contribuir para a redução do total das dívidas que ronda em cerca de 97 mil euros. “Estamos a tentar reduzir o passivo, até 2006, em cerca de 20 mil euros, o que considero relevante face à situação que esta Direcção veio encontrar”.
Uma situação financeira nada agradável para o histórico Clube albicastrense, que o responsável nunca pensou “ser tão grave”. “Somos o Clube do distrito que ao nível de futebol tem mais jogadores inscritos na Associação. Só que a situação financeira não conseguiu acompanhar os resultados desportivos, talvez devido também à falta de apoios”, lamenta.
Apesar da situação grave com que o Desportivo se depara, os responsáveis não têm virado a cara à luta: “Temos conseguido títulos, e sobretudo formado jovens, desviando-os dos caminhos dúbios que por vezes encontram, o que muito nos apraz registar, e que constitui um orgulho enorme para todos nós”.
Protocolo proveitoso com Boavista
O clube conta com cerca de 250 sócios, um número que José Bernardino, considera o bastante reduzido para “os objectivos a que nos propusemos”.
Com um orçamento previsto de 55 mil euros para a época de 2005/2006, José Bernardino está confiante “numa boa época e com bons resultados nos vários escalões”.
Relativamente ao protocolo assinado com Boavista, “resultou em pleno”, porque “permitiu beneficiar o Clube na possibilidade de ter um conhecimento mais aprofundado do que é realmente a realidade do futebol profissional.
Temos tido vários convites para visitar as instalações Boavista, e sempre que possível temos solicitado para que alguns dos nossos técnicos frequentem os estágios promovidos pela equipa nortenha”. Para além destas regalias, o Boavista tem participado em vários torneios nos quais o Desportivo tem estado presente, sendo exemplo os torneios de Idanha-a-Nova e castelo Branco, “sem que tal represente qualquer encargo”, para além da cedência de equipamentos para as equipas da sua filial número 3, que “muito tem contribuído para o desenvolvimento do nosso projecto”.
O Desportivo de Castelo Branco, que este ano não vai participar no campeonato distrital de Seniores, por motivos financeiros, tece no entanto palavras elogiosas aos seus jogadores, na voz do seu presidente. “Não posso esquecer que os nossos atletas estiveram até ao último dia, à espera da nossa resposta para a sua inscrição no campeonato, o que não foi possível pelos motivos já apontados”. Para José Bernardino, esta é uma prova de que os jogadores, “sentem a formação que obtiveram ao longo dos anos, e sabiam que não iriam auferir qualquer vencimento, pelo que merecem todo o nosso apreço, e em termos de futuro certamente que vamos contar com eles”, adiantando, no entant,o que “as inscrições são bastante onerosas”, uma situação que no seu entender terá de ser revista. “A Associação de Futebol e a respectiva Federação, não têm a noção das dificuldades que os clubes atravessam, não só a nível nacional, como também distrital. Não há hipótese de se trabalhar com estes valores, pelo que tudo isto terá de levar uma volta, sob pena da situação se agravar”. |