A “festa das artes performativas”, como Rui Sena, director da Quarta Parede, a entidade organizadora, classifica o Festival Y, arranca na próxima quinta-feira, 22, com um espectáculo de Pedro Tochas nas traseiras da Câmara da Covilhã e um concerto no Teatro Cine com os covilhanenses Factor Activo. O programa, que se divide entre a Covilhã e Castelo Branco, prolonga-se até 30 de Novembro e contempla música, debates, teatro, instalações, mostras de vídeo-dança, performances multimédia e workshops.
Num registo de teatro de rua Pedro Tochas, mais conhecido do grande público dos anúncios da Frize, traz à terceira edição do Festival Y “O Palhaço Escultor”. Espectáculo vencedor do prémio “The Biggest Fool 2003” , no Festival Internacional de Teatro de Porsgrunn, na Noruega. Esta encanação está marcada para as 21h30, na entrada de serviço da Câmara, a não ser que as condições climatéricas não o permitam, e nesse caso será transferido para o Teatro Cine.
E é nesta sala de espectáculos que os Factor Activo actuam às 22h30, também dia 22, num concerto onde vão dar a conhecer as faixas do álbum “Em Directo do Fim do Mundo”. Um trabalho que nasce do hip hop e que é marcado pelo dub e pela experimentação electrónica.
O projecto de Defski e Marco Aurélio já conta 14 anos. Esta é uma das poucas oportunidades que o público covilhanense tem de ouvir ao vivo o primeiro longa-duração do grupo. Com os Factor Activo vai estar um desenhador de luzes, que dará outro ambiente ao espectáculo.
Festival com uma “linha própria”
Na capital de distrito o Y só tem início a 4 de Outubro, com uma performance do Chapitô. O objectivo, segundo Rui Sena, é a procura de novos públicos através das várias técnicas utilizadas por esta companhia de teatro, vocacionada para as artes circenses. O Cine Teatro Avenida e a Escola Superior de Artes serão os palcos onde os espectáculos vão decorrer até 23 de Novembro, dia em que a Quarta Parede está em cena na cidade albicastrense com a sua primeira produção, Stacciatella.
Rui Sena realça a “multidisciplinaridade” do festival e a “conjugação do clássico com o contemporâneo” no que tem sido apresentado. “O Festival Y tem uma linha própria”, sublinha. O director artístico da Quarta Parede defende que o público se forma e que pretendem “abrir fronteiras”, chegando a “outros públicos”. E acrescenta que o terceiro ano é o da “consolidação”.
O Y está orçado em cerca de 70 mil euros, que deu para fazer o “programa possível”, mas com espectáculos de qualidade. O financiamento vem sobretudo do Instituto das Artes, que atribui para as actividades anuais da companhia 95 mil euros. Uma verba que está garantida até 2008. Os bilhetes para o Festival Y são a três e cinco euros. |