A frieza do ser humano é
por vezes representada em pormenores. Decisões
tomadas por uns, de forma rotineira, que altera completa
e definitivamente, a vida de outros. O mais recente filme
de Russell Crowe aborda essa mesma temática.
Depois do estrondoso sucesso de “Million Dollar
Baby”, os magnatas de Hollywood deram carta branca
aos realizadores para que estes apostassem no boxe e no
mundo que envolve este tipo de desporto. Ron Howard foi
o primeiro grande nome a aceitar o “convite”.
Cinderella Man é, quase sem dúvidas, a melhor
realização de Howard. Com um excelente desempenho
por parte de um elenco de actores de luxo, grande parte
deles galardoados já com a estatueta de ouro, o
filme acaba por ser afectivo.
Muitos espectadores têm, mesmo assim, saído
desiludidos das salas de cinema, pois esperam um filme
de verter lágrimas ou então de lutas efectivas
no ringue. Esta produção não trata
apenas desses aspectos. Passa sobretudo pela capacidade
ou não de entendimento entre os homens.
Russell Crowe desempenha o papel de um pugilista que deixou,
julga ele que momentaneamente, os combates para ajudar
a sua família. Mas o tempo é de crise, de
forte recessão e nada nem ninguém parece
ajudar este grupo de pessoas que demonstram entre si uma
única fortíssima.
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