Mestrado em Engenharia de Sistemas de Controle e Manutenção Industrial
O frio e o calor dos edifícios

Um estudo apresentado na UBI vem mostrar que a construção de habitações e outro tipo de edifícios não obedece a todas as normas exigidas e nem sequer utiliza os materiais adequados para certos fins. No caso do aquecimento e arrefecimento das casas, os resultados da má construção são mais visíveis.

Por Eduardo Alves

Tentar melhorar a habitabilidade e a poupança de energia das habitações é uma das finalidades do programa apresentado na tese

No entender de António Manuel Martins de Cruz, autor de uma dissertação de mestrado sobre “Modelação Numérica do Desempenho Térmico de Edifícios”, a técnica de construção de casas e os materiais empregues na mesma não são os melhores para que os seus moradores desfrutem de todas as condições de vida. Isto porque, no que diz respeito ao aquecimento e arrefecimento das habitações “ainda há muito a fazer”. Segundo este engenheiro civil, “os materiais empregues na construção de edifícios começam agora a melhorar” daí que a energia utiliza no aquecimento dos mesmos também comece a diminuir trazendo uma efectiva redução de custos para os proprietários.
Mas o que esta tese de mestrado apresenta de novo “é um programa informático que consegue medir as várias variáveis que estão relacionadas com o conforto das habitações e determinar a energia que vai ser gasta no seu aquecimento ou arrefecimento”. António da Cruz apresentou este novo software, “não com o intuito de vendas, mas como justificação e parte prática da tese”. Incluindo determinadas variáveis que interferem nas condições de habitabilidade dos edifícios, esta nova ferramenta pode apontar qual a melhor solução para aquecer uma casa durante o Inverno. A melhor solução “é também a mais económica”.
Outro dos factores que o autor fez questão de frisar na sua tese tem em conta a “pouca utilização de energias renováveis nos edifícios portugueses”. A percentagem de habitações que recorre a painéis solares para captar energia é ainda “residual”. Mesmo assim, o autor desta tese vê com bons olhos as mais recentes medidas do Governo que vão no sentido de “obrigar os construtores e não os futuros proprietários, a colocar painéis solares nas construções”.
Luís Carlos Carrilho Gonçalves, professor associado da Universidade da Beira Interior, António Carlos Mendes, professor associado da Universidade da Beira Interior, Edgar Caetano Fernandes, professor auxiliar do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e Pedro Nuno Dinho Pinto da Silva, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior formaram o júri que aprovou esta dissertação de mestrado.