Urbi @ Orbi
– Que balanço faz destes quatro anos de mandato?
Carlos Pinto – Faço um balanço
positivo. A nossa acção, durante quatro
anos, foi no sentido de cumprirmos o programa que apresentámos
aos covilhanenses. Feito o balanço desse programa
fomos capazes de ir muito longe. Os programas nunca são
executados a cem por cento, mas neste caso se olharmos
para todos os quadrantes de actividade a que a Câmara
está ligada – acção social,
cultural, investimento, infra-estruturas rodoviárias,
educativas, desportivas, ambiente, habitação,
relações com municípios do mesmo
território – tudo isso representa um saldo
muito positivo. Mas só os eleitores dirão
o que pensam no próximo dia 9 de Outubro.
U@O – No caso de ser eleito para mais um
mandato quais serão as suas prioridades?
C.P. – Vamos apresentar um programa com
as linhas mestras da candidatura, na próxima sexta-feira,
16, no Teixoso. Muitas ideias já vêm de trás
porque há grandes projectos que não se executam
em quatro anos e outros que decorrem do trabalho feito
agora. Como exemplo do primeiro caso posso dar o aeroporto,
como exemplo do segundo posso apontar a recuperação
do centro histórico. Mas há muitos outros
projectos que iremos apresentar.
U@O – A Covilhã é uma cidade
universitária. Como vê a ligação
entre a autarquia e a UBI?
C.P. – É fundamental para o desenvolvimento
da cidade. Temos tido um bom relacionamento que tem dado
frutos. Hoje a Câmara tem uma íntima colaboração
com a Universidade e desta íntima colaboração
têm resultado aspectos muito positivos para o concelho.
U@O – Irá ser inaugurado, este mês,
o Parkurbis (um projecto em que a UBI se associou à
Câmara), o que é que podemos esperar desta
infra-estrutura?
C.P. – O Parkurbis é um projecto
com grande ambição, mas necessita de tempo
para se afirmar. O primeiro grande passo está dado:
a constituição de uma sociedade, a agregação
de diversas entidades e a formação do corpo
técnico. Agora, eu diria que a Universidade tem
uma responsabilidade mais importante que todas as outras
instituições porque depende justamente das
ideias que saírem da Universidade a transformação
do Parkurbis em mais valias empresariais para o desenvolvimento.
O que tem estado a ser feito corresponde ao calendário
que nós tínhamos estabelecido. O Parkurbis
é agora uma realidade e trata-se de uma grande
obra destes quatro anos, em que a Câmara foi o principal
motor, quer quanto à ideia, quer quanto à
realização e ao financiamento e é
algo que oferecemos ao concelho e à região
para que o desenvolvimento seja assente em novas bases
de acordo com o tempo em que estamos a viver e de acordo
com o futuro.
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"O estado actual da agricultura na região
devia levar a que a UBI pudesse ter a oportunidade
de trabalhar neste domínio"
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U@O – Para além desta ligação
entre a UBI e a Câmara, com o Parkurbis, poderão
surgir projectos conjuntos noutras áreas?
C.P. – Acho que é sempre possível
descobrir parcerias porque cada uma tem a sua importância
e a sua projecção. O Parkurbis é
daquelas que dificilmente será igualada. Mas há
outras e posso adiantar que dentro de poucos dias vamos
arrancar com um protocolo e a respectiva tradução
operacional que consiste na criação de uma
estrutura de apoio psicológico à comunidade
covilhanense, com base em técnicos e profissionais
da UBI. A Câmara dá a logística e
abraça este projecto com grande entusiasmo. Solicitámos
também a colaboração do Hospital
Pêro da Covilhã. Mas há um outro aspecto
que gostava de salientar. Julgo que o estado actual da
agricultura na região devia levar a que a nossa
Universidade pudesse ter a oportunidade de trabalhar neste
domínio. Não sei o que pensa o Sr. Reitor
sobre o assunto mas seria muito importante que a nossa
Universidade pudesse constitui-se, e isto depende também
do Governo, como um elemento fundamental do desenvolvimento
agrícola na região. É pena que a
UBI não tenha qualquer relacionamento com a agricultura
que, como todos sabemos, está necessitada de inovação.
A Universidade pode fazer muito nesse aspecto e a Câmara
está disponível para essa abordagem.
U@O – A Faculdade de Medicina está
prestes a estar concluída. Que impacto vai isso
trazer para a Covilhã, por exemplo, em termos de
crescimento urbanístico, uma vez que se situa na
zona de expansão da cidade?
C.P. – Aquela zona está reservada
para a Universidade, que irá resolver como poderá
desenvolver esse pólo. Temos falado na hipótese
de construir ali residências para estudantes e eventualmente
fazer mais parques de estacionamento, mas a Universidade
é que tem a primeira palavra sobre essa matéria.
U@O – Falou-se em tempos na construção
de um hangar no actual aeródromo destinado ao curso
de Engenharia Aeronáutica da UBI. Como está
todo esse processo por parte da Câmara?
C.P. – O reitor comunicou que foi retirada
uma verba e isso agora depende da Universidade.
U@O – Disse há pouco que o Aeroporto
será um dos projectos a dar continuidade se for
reeleito. Em que ponto está esse processo?
C.P. – Ainda esta semana tive uma reunião
com a comissão que está a trabalhar no processo
do Aeroporto e tomámos decisões muito importantes.
Na próxima reunião de Câmara será
apresentado um documento orientador sobre a questão
da aquisição dos terrenos e o início
dos projectos concretos. A localização já
está definida e vamos ter um grande aeroporto com
possibilidade de operar aviões com capacidade até
100 lugares. O acesso da A23 será desnivelado para
passar por baixo da pista. Há pessoas que dizem:
«vocês têm hoje um aeródromo
que não está a ser utilizado». Isso
acontece porque a utilização só pode
resultar do tráfego de passageiros e os aviões
de passageiros não podem aterrar no aeródromo
da Covilhã, que só tem capacidade para receber
aeronaves até 18 lugares. Estou convencido da importância
deste aeroporto regional para o futuro da Covilhã.
A própria Europa elaborou um documento sobre a
exigência de infra-estruturas aeroportuárias
de âmbito regional que permitam operar voos de baixo
custo. As próprias instituições europeias
estão cientes de que é necessária
uma evolução para aeroportos regionais.
É por isso que a OTA é um erro. As grandes
infra-estruturas são hoje muito custosas e como
estamos num tempo de grande concorrência pretendem-se
estruturas mais ágeis, com menos custos e que diversifiquem
a recolha de passageiros. Porque é que as pessoas
de Bragança até Beja que pretendam viajar
para a Europa continuam a ter que ir a Lisboa, Porto e
Faro? Podiam ter aqui voos charter regulares como acontece
por exemplo, na Itália e na Suiça.
U@O – Ainda no âmbito do apoio à população
em geral e à comunidade estudantil em particular,
temos o Complexo Desportivo da Covilhã. Poderá
esta estrutura ter um melhor aproveitamento?
C.P. – Desejo que tenha ainda um maior
aproveitamento, mas já é utilizado por milhares
de pessoas. Estamos sempre abertos a novas formas de o
aproveitar. O Complexo Desportivo da Covilhã, como
o próprio nome indica, destina-se a toda a população
da cidade, quer aquela que aqui reside em permanência,
quer os estudantes. O Complexo Desportivo está
à disposição de todos. A pista de
atletismo e o campo de futebol, só por si, são
uma grande estrutura, os espaços envolventes também
estão disponíveis para a prática
de desporto.
U@O – Mas o Clube de Rugby da UBI (CRUBI)
tem feito algumas diligências para utlilizar o campo
de jogos do Complexo Desportivo e ainda não conseguiu
a necessária autorização camarária.
C.P. – Estou a ouvir esse caso pela primeira
vez. Mas certamente será do conhecimento do vereador
com esse pelouro.
U@O – E qual o ponto da situação
do Centro de Artes?
C.P. – O Centro de Artes está dependente
do Ministério da Cultura no que respeita ao financiamento.
Da parte da Câmara estamos capazes de lançar
a obra, desde que o Ministério da Cultura diga
se a quer financiar. O Teatro-Cine vai respondendo às
necessidades, mas de facto precisamos de um novo espaço
artístico e por isso lançámos o concurso,
mas as coisas só se fazem quando têm base
financeira para isso.
U@O – Há intenção
da Câmara em reabilitar o centro histórico
através da empresa que foi criada para o efeito.
O Sr. Presidente falou mesmo num possível aluguer
a baixo custo das casas recuperadas a estudantes. Essa
intenção ainda está em pé?
C.P. – A recuperação do centro
histórico é um projecto de grande impacto
para os próximos quatro anos, quer por acção
das casas recuperadas pela Câmara, quer pela disponibilidade
de casas recuperadas pelos proprietários. Um dos
destinatários é precisamente a massa estudantil
com T0, T1 e T2, ou seja com tipologias adequadas para
essa finalidade. O centro histórico pode assim
beneficiar, por um lado da recuperação estética
e por outro lado pode apresentar uma oferta com o objectivo
de servir o mercado destes jovens que de outra forma têm
dificuldades em adquirir casa, pelos custos de uma habitação
nova e pelos encargos que tem que assumir nesse aspecto.
U@O – Está a ser implementado o
Cartão Municipal da Juventude, quais os benefícios
que os mais novos podem de facto retirar desta iniciativa?
C.P. – Esta iniciativa dará descontos
em diversas instituições e lojas. Para além
disso, o tempo certamente dará oportunidade para
que, de forma criativa, se alargue o conjunto de benefícios.
Uma das vantagens pode ser, por exemplo, no caso da habitação
municipal, os titulares do cartão terem um desconto
como hoje têm os titulares do cartão do idoso.
U@O – Mas essa foi uma ideia sugerida em
Outubro de 2002 pelo vereador da oposição
Miguel Nascimento, e nessa altura foi recusada pela maioria.
C.P. – Sugerir é fácil. Quem
está na oposição pode puxar pelo
catálogo das carências e falar em tudo e
quando as coisas se resolvem até pode dizer que
falou nisso. Nós sempre tivemos uma política
para a juventude. O Complexo Desportivo não é
para os maiores de 70 anos. Quando falamos de habitação
social para arrendamento, estamos a falar de habitação
para casais que não têm capacidade para comprar
casa. Dos 600 fogos que construímos, mais de 50
por cento são habitados por jovens. Isto são
políticas para a juventude. É um erro as
pessoas pensarem que baste entregar um cartão a
cada jovem, mas não. Isso é apenas um complemento
a infra-estruturas desportivas, habitação,
espaços verdes. É preciso que se perceba
que as políticas de juventude compreendem um domínio
muito vasto que a Câmara tem estado a realizar.
U@O – O cartão da juventude pode
ser alargado aos estudantes universitários?
C.P. – Sim. Desde que residam na Covilhã,
ainda que transitoriamente, têm todo o direito.
U@O – Numa altura em que a taxa de desemprego
cresce a nível nacional, qual é a capacidade
da cidade da Covilhã para fixar licenciados?
C.P. – Temos o exemplo o Parkurbis. Enquanto
o Governo anda a empregar engenheiros com subsídios
que duram um ano, nós damos aquilo que pode fazer
uma fixação efectiva dos jovens através
de empresas que possam vingar no futuro. Essa é
a melhor política que podíamos lançar.
Não gostaria de ver a nossa juventude baseada em
políticas de subsídio.
U@O – Ainda assim continuam a existir empresas
algo reticentes em empregar licenciados, até por
causa de uma maior custo com a mão-de-obra. Como
vê esta situação?
C.P. – Por um lado, vejo-a como um drama,
mas por outro com uma a perspectiva optimista do nosso
país. O drama porquê? Porque ainda há
muitos sectores que não perceberam a necessidade
de massa cinzenta vinda das universidades, pessoas qualificadas
para fazer evoluir o aparelho produtivo. Por outro lado,
mais optimista, acredito que a existência de licenciados
dará bons resultados. Se tivermos políticas
adequadas do ponto de vista do emprego teremos sucesso
no futuro. Por um lado, lamento que não se empreguem
mais técnicos, mas apesar disso tenho confiança
que a existência de pessoas qualificadas pode proporcionar
um país mais desenvolvido.
U@O – Relativamente à ligação
a outras regiões como está o processo do
IC6?
C.P. – Boa pergunta. Esteve cá o
secretário de Estado, esta semana, que veio em
campanha eleitoral a Seia e eu convidei-o a vir também
em campanha eleitoral à Covilhã e aproveitava
anunciava a abertura do concurso público para o
IC6, troço Covilhã – Unhais. Infelizmente
o senhor secretário de Estado não fez isso.
U@O – Tem dito várias vezes que
a Serra da Estrela é um gigante adormecido. Como
pretende acordar para o turismo, toda esta região?
C.P. – Já está a começar
a acordar, mas continua um pouco sonâmbulo. Quando
pretendemos mexer com obras paradas e apresentámos
um requerimento para a criação de uma zona
de jogo, que por sua vez é aprovada por um governo
legítimo e este Governo coloca o processo na gaveta,
como é que podemos andar para a frente? Sem se
encontrarem razões para não se avançar
com o projecto. No caso do Casino de Lisboa, que vai ser
aberto na Expo, o requerimento foi apresentado poucas
semanas antes do nosso. Em Março as pessoas que
gostam de jogar podem ir a esse casino adquirindo-se assim
mais uma fonte de receita para Lisboa. Na Covilhã
temos o projecto de um Casino retido pelo Governo. Isto
é um centralismo refinado. Estamos perante formas
refinadas de centralização. Fala-se muito
em descentralização e em dar às regiões
as mesmas hipóteses dos grandes centros, mas quando
passamos ao concreto em questões tão simples
como esta vemos o contrário. A Serra da Estrela
sofre deste mal, depois de ter estado tantos anos adormecida,
e quando tentamos acordar este gigante, há quem
lhe continue a dar soporíferos, como o Governo.
U@O – Um Governo presidido por um covilhanense.
Como se explica essa “centralização
refinada”?
C.P. – Na vida como na política
as palavras são muito bonitas, no entanto são
mais importantes as acções.
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"A campanha eleitoral está a condicionar
a saída dos membros do Governo de Lisboa"
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U@O – O primeiro-ministro continua sem
confirmar a sua presença na inauguração
do Parkurbis.
C.P. – Parece-me que o facto de estarmos
em campanha eleitoral está a condicionar a saída
dos membros do Governo de Lisboa. Os responsáveis
do Governo são responsáveis do Governos
do País e deviam atender à valia das iniciativas
quê estão em causa. Quando convidamos alguém
para a inauguração do Parkurbis não
é para inaugurar um fontanário. Trata-se
de uma estrutura que dentro de 15 ou 20 anos poderá
ser lembrada quanto à data da sua fundação.
Talvez o Parkurbis tenha, noutros moldes, a mesma importância
que em tempos teve a criação da Real Fábrica
de Panos. É muito lamentável que daqui a
uns anos quando se fizer a história, se diga que
o Governo faltou porque havia eleições na
altura. Mas o Sr. Primeiro-Ministro terá sempre
as portas abertas, mesmo não vindo ou não
podendo vir à inauguração do Parkurbis.
Já dei tantas hipótese, Julho, Agosto, Setembro…
U@O – Numa altura em que começa
a faltar água um pouco por todo o País,
qual é o ponto da situação no concelho
da Covilhã?
C.P. – Não tem faltado água
no concelho, algo que já aconteceu noutros municípios,
alguns deles até ligados a grandes sistemas. Mas
é claro que ninguém pode estar descansado
se não chover. Nós temos água mas
não é ilimitada. Esperamos que depois deste
mês de Setembro comece a chover. Para já
não há problema.
U@O – Com a nova barragem não haveria
estes problemas.
C.P. – Espero que pelo menos desta seca
possa resultar a consciência de que, em tempos de
seca só se tem água se ela estiver armazenada.
Só temos uma hipótese de ter água,
que é armazená-la quando há muita,
para depois a ter quando há pouca. No nosso País
isso não tem sido feito e é lamentável
que para se aprovar uma barragem sejam necessários
7 e 8 anos. Imaginem o drama que tem sido ultrapassar
todos os obstáculos. Já refizemos este dossier
três ou quatro vezes. Umas vezes é porque
é preciso ter o domínio hídrico para
fazer o estudo de impacto ambiental e outras porque é
preciso primeiro fazer o estudo de impacto ambiental para
depois atribuírem o domínio hídrico.
Sempre que há uma alteração isso
implica seis ou sete meses perdidos. São poucas
as barragens que se inauguram no nosso País. Passam-se
anos e anos sem se inaugurar uma barragem. O Governo devia
reflectir sobre isso e lançar um grande programa
de construção de barragens, agora que há
crise na construção civil. Sem dúvida
que são necessárias preocupações
ambientais, mas com sentido prático do que precisamos,
como o abastecimento de água, a produção
de energia eléctrica e criação de
complexos turísticos. No que respeita à
Covilhã a barragem certamente que estará
pronta no próximo mandato.
U@O – Actualmente, qual é a situação
financeira da Câmara da Covilhã?
C.P. – A situação financeira
da Câmara era óptima se tivéssemos
mais recursos, mas o Governo não considera as Câmaras
como devia. Falo deste Governo e dos anteriores. Assim
sendo temos uma situação razoável
que apresenta condições para que o próximo
mandato seja tranquilo para continuar a aproveitar as
oportunidades, mas com grande rigor e uma boa selecção
daquilo que é mais importante e exclusão
do que não é importante. Hoje temos uma
situação tranquila, planeada, com dívida
a médio e longo prazo, com uma boa relação
com os fornecedores e com os empreiteiros. Às obras
da Câmara toda a gente concorre, sem contenciosos
e ao mesmo tempo sendo capazes de gerar receitas para
aproveitar as comparticipações, designadamente
comunitárias para que todos os projectos se possam
levar a cabo. O próximo mandato será tranquilo
neste âmbito de tal maneira que eu até me
estou a recandidatar e essa é a melhor demonstração
que não há preocupações ao
nível financeiro, embora isso constitua motivo
de crítica. Mas quando não se pode criticar
mais nada critica-se a situação financeira.
Quando eu fiz campanha nunca abordei problemas relacionados
com a tesouraria, porque isso é uma fraqueza de
quem não tem mais nada para dizer, sobretudo se
essas pessoas não são capazes de dizer o
que é que não faziam. Por cada 500 euros
que se gastam na Câmara só temos comparticipação
de 150 ou 200 euros, o resto temos que o arranjar, ou
por receitas próprias ou de financiamento ou de
património.
U@O – Sem querer fazer futurologia, quando
se retirar da vida política quais serão
as principais recordações que irá
guardar?
C.P. – Tenho uma vida feliz em todos os
sentidos, com altos e baixos. As recordações
são todas boas, porque as más esqueço-as
rapidamente, apenas ficam registadas. Tenho belíssimas
recordações, sobretudo das coisas que constituem
hoje um conjunto de razões para se dizer que a
Covilhã deu a volta e que está a andar num
sentido positivo. Construir este quadro não foi
fácil porque foi necessário passar de uma
cidade que estava em depressão profunda para uma
cidade com esperança. Ainda há muito para
fazer e a Câmara não é tudo, as instituições
da cidade, como a UBI têm um papel fundamental.
U@O – Como gostaria de ver a Covilhã
daqui a 100 anos?
C.P. – A evolução das cidades
está muito condicionada pelo Governo central. Mas
eu gostaria que a Covilhã fosse uma cidade confortável,
bem organizada, limpa, atractiva e convidativa para jovens
e idosos, isso significa urbanismo qualificado, bons transportes,
zonas verdes, habitação recuperada, etc.
Gostava também que tivesse uma boa base produtiva,
moderna e adequada ao momento, em que as pessoas encontrassem
emprego, com capacidade competitiva, bem servida de acessibilidades,
diversificada, com terrenos aproveitados na agricultura,
com indústria, inovação, tal como
muitas cidades por essa Europa fora.
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