Uma viagem chamada amor



de Michele Plácido

Emotivo e carregado de passagens que tocam nos sentidos de qualquer espectador, assim é a mais recente grande produção do cinema italiano. O guião é bastante forte, ajudado por uma história e um argumento carregados de emoção, à boa maneira latina.
Fala-se de amor e do que pode ser a vida de um ser humano. Michele Plácido soube conduzir de maniera soberba os dois principais actores desta trama amorosa para que o produto final fosse capaz de arrebatar a atenção dos mais distraídos nesta matéria. Mas esse objectivo é alcançado com toda a nobreza do sentido. Isto é, não se está perante mais uma produção cinematográfica pensada sobretudo no lucro da bilheteira. Aqui foi tido em conta a qualidade cinematográfica.
Nora é uma mulher que chega aos seus quarenta anos, à metade da sua vida, com uma grave crise existencial. Senhora de uma cultura impar e de uma beleza física e intelectual invejáveis, sente falta do apoio de que a rodeia, o marido. Com este vive uma história de amor algo perturbada pelas crises de ciúme de maus-tratos, ainda assim, com grande coação, este consegue engravidá-la no sentido de a prender a si de forma permanente através de um filho. Mas Nora vai deixar tudo isso para trás e começar uma vida totalmente nova.
Rompe com tudo o que tinha desde que se conhece e parte para uma cidade diferente. Deixa o marido e o filho e vai em busca de uma nova vida.
É em Florença que se instala e começa a frequentar os círculos culturais. Desde poetas a escritores, políticos e outros, todos admiram Nora e a têm em grande estima. Surge então Dino Campana, um jovem poeta que começa a ganhar nome nos meus literários devido à qualidade da sua escrita. Nora e Dino começam por trocar correspondência escrita, ainda que de forma profissional e inocente, mas que depressa se torna em algo íntimo, algo que os vai conduzir a um encontro presencial, momento que muda a vida de ambos.