Idanha-a-Nova
Penha Garcia preserva etnografia

As nonas Jornadas Etnográficas, que decorreram no passado fim-de-semana, tiveram como objectivo a valorização do património e das tradições, de modo a potenciar estes vectores a favor do turismo.

NC / Urbi et Orbi

Penha Garcia reviveu, mais uma vez, as tradições de outros tempos

A localidade de Penha Garcia, concelho de Idanha-a-Nova, acolheu no passado fim-de-semana a nona edição das suas Jornadas Etnográficas. Valorizar o legado patrimonial e histórico da região foi o objectivo da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova que organizou o certame com o apoio da Junta de Freguesia de Penha Garcia, da Associação de Defesa do Património Cultural e Natural de Penha Garcia e do Rancho Folclórico local.
Na abertura das “Jornadas Etnográficas de Penha Garcia”, o presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Álvaro Rocha, sublinhou o esforço continuado da autarquia no sentido de desenvolver o turismo no concelho “valorizando o rico património das freguesias a nível ambiental mas também histórico e etnográfico”.
O programa não descurou os visitantes que para além das atracções naturais – os icnofósseis, a paisagem, a hospitalidade raiana, o Castelo, os moinhos de rodízios que enfeitam as margens do rio Ponsul – puderam usufruir de actividades de desporto na natureza, passeios de cavalo e de burro, um percurso pedestre nocturno pelas rotas dos contrabandistas, jogos tradicionais, música.
As ruas, seculares, foram decoradas a preceito e animadas por um mercado tradicional (com produtos e artesanato típico da região), bombos e acordeões. O som dos acordeões de “Os Alziros” foi uma constante ao longo dos três dias. Este grupo recriou os cantares ao desafio e os bailes antigos. Foi igualmente na rua, mais propriamente na praça do Pelourinho, que a Ajidanha encenou o rapto de Dona Branca na peça teatral “A Lenda de D. Garcia“. Moradores locais participaram na peça como figurantes, nomeadamente como cavaleiros.
As casinhas junto ao Forno Comunitário receberam várias exposições. A colecção de Rainer Daehnhardt de armas antigas incluiu estandartes, cruzes, peças de armaduras, pendentes, sinetes, moedas que testemunham as campanhas da Ordem de Santiago, Ordem de Aviz, Ordem Templária e Ordem de Cristo. Puderam visitar-se igualmente mostras de fotografias ou pratos antigos, bem como uma exposição alusiva à cantora popular Catarina Chitas, que mereceu uma homenagem póstuma, durante as Jornadas Etnográficas.