O Conselho de Administração
do Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã,
abriu um inquérito interno para avaliar as circunstâncias
em que uma mãe perdeu um rim, depois de ter realizado,
no princípio deste mês, uma cesariana.
A jovem, 33 anos, entrou no Hospital para dar à
luz um segundo filho, mas teve que recorrer a uma cesariana
devido ao facto do bebé, que nasceu saudável,
estar num posição que não permitiria
um parto normal. Porém, uma hemoragia violenta,
que punha em risco a própria mãe, teve que
ser estancada. No dia da cesariana foi ainda retirado
um ovário à parturiente, devido a questões
de saúde colaterais, e uma semana depois um rim,
após uma avaliação feita por dois
urologistas, e por um obstetra. O marido da doente, porém,
mostrou-se indignado pelos 18 dias de internamento nos
quais, diz, a mulher correu perigo de vida por duas vezes
e acusa o obstetra responsável pelo parto negligência
por estar sozinho na sala de operações.
A mulher em causa não apresentou queixa contra
o médico, mas o marido garante que o caso chegará
aos tribunais.
Miguel Castelo Branco, administrador do Hospital, diz
que a abertura do inquérito é a solução
adequada para apurar se há razões para imputar
responsabilidades alguém, ou se se tratou apenas
de um acidente. Já o médico em causa diz
que foi quem sugeriu a realização do mesmo,
embora decline responsabilidades na retirada do rim.
|