O certame vai agora passar a ter uma periodicidade anual, refere o autarca de Belmonte
Regresso assegurado
Feira Medieval em Belmonte

Depois do êxito alcançado com esta segunda edição do certame, o presidente da câmara, Amândio Melo, garante que existem todas as condições para que a feira venha ser realizada anualmente, com o objectivo de divulgar a vila e o concelho.


Filipa Minhós
NC / Urbi et Orbi


A II Feira Medieval do Artesão em Belmonte revelou ser um verdadeiro sucesso. A afluência de visitantes, durante os dias em que decorreu o certame, 13, 14 e 15 de Agosto, superou todas as expectativas previstas por Amândio Melo, autarca da vila histórica. “Esta feira foi esplêndida. Ultrapassou tudo o que podíamos prever. Registámos uma adesão muito maior do que aquela que aconteceu na edição do ano passado”, salienta.
As razões para tal êxito são devidas, segundo o edil belmontense, a uma maior qualidade do certame, assente num incremento da oferta e da diversidade de tendas, e graças ao tempo de duração da feira, alargado este ano em mais um dia, por causa do passado feriado de dia 15 de Agosto. Amândio Melo defende mesmo que a feira se venha a realizar anualmente, como mais uma forma de divulgação da vila e de atracção de turismo para o concelho. “Temos condições para levar a cabo esta feira todos os anos. O nosso património cria toda um atmosfera envolvente da época medieval, o que faz com que estas recriações pareçam ainda mais reais”, sublinha.
Os vestidos sumptuosos das mulheres da alta nobreza contrastavam com as pobres vestimentas de um simples sapateiro, ou das vendedoras de fruta. As diferenças entre as classes sociais foram bem conseguidas. Coisa que só foi possível, graças ao espírito dos tendeiros, que não tiveram quaisquer problemas em retornar por uns dias à Idade Média. No entanto, conseguem apontar algumas críticas à organização. A falta de regras específicas que obriguem todos os tendeiros a agir da mesma forma foi uma das falhas, de acordo com Irene Silva e Maria Lucília, vendedoras de frutas e legumes. “Embora quase todos se tenham fantasiado à época, houve pessoas que se recusaram a fazê-lo, porque não foram obrigadas a isso. Temos ainda que assinalar a inexistência de caixotes do lixo. Os visitantes que vinham à nossa banca comprar fruta, comiam-na e depois tinham que ficar com o caroço na mão”, lamentam as duas tendeiras.
Todavia, no geral, todos os responsáveis por tendas ficaram satisfeitos com os resultados do certame. As vendas dos produtos expostos é que não foram de encher o olho. Para Maria Lucília, uma artesã de arte aplicada com estanho, de Rapoula da Guarda, em representação de um snack bar de Belmonte, “as pessoas não dão o devido valor ao artesanato, ou talvez a crise não permita dá-lo”. Mas se o evento se voltar a repetir, conta voltar a inscrever-se.
A única excepção vai para as tendas de comes e bebes, que estiveram sempre à pinha durante os três dias do certame. Ana Vicente, da Taverna del Rei, contou este ano com a concorrência de mais duas barracas. “No ano passado fomos os únicos desta classe a participar. Nesta edição, mesmo com mais duas tendas ao lado, não tivemos mãos a medir para atender tanta clientela”, conclui.