O dia 10 de Agosto marcou o início das visitas nocturnas às gravuras rupestres do Côa. A primeira visita contou com um grupo de 30 turistas, que rapidamente preencheu as vagas disponíveis. De acordo com António Martinho Baptista, director do Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART), “à noite, com a incidência da luz, até as figuras saltam das pedras. É à noite que melhor se vêem as gravuras do Côa”, salienta. Aquilo que permite ver melhor as gravuras à noite denomina-se por filiformes, uns traços muito finos, que se tornam mais visíveis com a incidência da luz rasante, do que propriamente durante o dia.
Esta ideia surgiu do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), e pretende criar mais uma alternativa para visitar o património deixado pelo Homem Paleolítico, para além da tradicional, em jipe, e das recentemente inauguradas visitas de barco. Aliás, estas últimas encontram-se canceladas devido ao baixo caudal do rio Côa, e, segundo Alexandra Cerveira Lima, directora do PAVC, muito provavelmente vão continuar assim até que comece a chover.
Alexandra Lima acrescenta que este tipo de visitas não terá grande peso no aumento da média anual de turistas no Parque (em 2004 rondou os 14 mil), mas acredita que poderão vir a ser importantes para atrair pessoas “noutras épocas do ano” e “fazer com que permaneçam cá vários dias”.
Por razões de segurança, o único ponto visitável durante a noite, por enquanto, são as diversas gravuras nas rochas do núcleo da Penascosa, em que uma visita razoável dura à volta de duas horas, envolta de escuridão e mosquitos. |