Eleições autárquicas
Os senhores que se seguem

Estão entregues as listas concorrentes às câmaras municipais e juntas de freguesia nas próximas eleições de 9 de Outubro. Na Covilhã, as surpresas foram aparecendo à medida que surgia uma nova lista. Um concelho onde continuam nomes da política actual, mas também onde aparecem algumas surpresas de última hora. O Urbi apresenta os senhores que se seguem.

Por Eduardo Alves

Os cartazes dos principais partidos políticos já estão espalhados pela cidade

No próximo dia 9 de Outubro, os portugueses vão às urnas para eleger os futuros presidentes de assembleia e câmara municipais e também, assembleias e juntas de freguesia. O prazo de entrega das listas com os nomes dos possíveis candidatos expirou na passada semana. Todos os que esperavam concorrer a cargos políticos de carácter local tiveram assim de apresentar as suas propostas nos respectivos tribunais.
A Covilhã foi um dos municípios da Cova da Beira onde surgiram mais surpresas. Para além dos candidatos já conhecidos há algum tempo, como era o caso do Partido Social-Democrata (PSD), do Partido Socialista (PS), e do Partido Comunista Português (PCP) surgiram também candidatos pelo Bloco de Esquerda (BE), Partido Popular (CDS-PP) e Partido Popular Monárquico (PPM). Desta forma, as próximas autárquicas começam já a somar pontos para o lado dos indecisos. Desde os tempos da Revolução de Abril que não se assistia a uma “corrida” eleitoral com um tão grande número de participantes. Na semana de todas as decisões, os partidos menos votados voltaram costas aos resultados que têm vindo a obter e apresentaram listas próprias para a assembleia e câmara municipal da cidade neve. Dia 9 de Outubro, os covilhanenses vão poder eleger o futuro presidente da câmara de entre um leque de seis possibilidades.




PSD com algumas surpresas

Esquecida que parece estar a polémica entre as funções políticas do actual presidente da Câmara Municipal da Covilhã, o social-democrata Carlos Pinto, que já este ano passou algum tempo como deputado da nação na Assembleia da República, o partido laranja apostou forte no seu cabeça de lista.
Pinto dirige os destinos da autarquia serrana vai para oito anos seguidos. A estratégia adoptada para este jogo democrático foi a da equipa vencedora. Conhecidos que estão os nomes que compõem a lista laranja à autarquia poucas mudanças são visíveis.
Os sociais-democratas optaram por mudar pouco a sua lista à assembleia municipal. A encabeçar os nomes dos possíveis eleitos para este órgão está, de novo, Carlos Abreu, as restantes mudanças surgem com algumas modificações nas juntas de freguesia.
Carlos Pinto avança como número um para a câmara municipal levando em segundo lugar, e aqui uma primeira surpresa, Alçada Rosa. O actual vice-presidente tinha referido por várias vezes que o mandato que terminar em Outubro próximo seria também aquele que marcava o final da sua carreira política. Ao que parece, os apelos do partido foram mais fortes e Alçada Rosa mantêm-se ao lado de Pinto, tal como Joaquim Matias, João Esgalhado e Luís Barreiros. A actual vereadora da cultura, Maria do Rosário Rocha vai deixar o elenco da vereação e passar para a assembleia municipal, o primeiro nome novo na lista de Pinto é o de Vitor Manuel Marques. Este engenheiro da autarquia covilhanense vai em terceiro lugar na lista social-democrata. Outro nome que aparece pela primeira vez é o de Rui Paulo Rosa, presidente do Grupo Desportivo da Mata. Rosa está em sétimo lugar na lista laranja sendo já difícil a sua eleição para vereador. A última das novidades nesta lista que Pinto diz incluir “50 por cento de novos nomes” é José Flávio Martins, comandante dos Bombeiros da Covilhã, que aparece em nono lugar.
Carlos Pinto sublinha o facto “da lista ser composta por pessoas de grande competência política, que representam todo o concelho e que são uma renovação necessária”. A concorrer sob o lema “Trabalho e Competência”, o social-democrata espera um resultado igual ou melhor ao alcançado há quatro anos.



PS mostra-se como o rosto do optimismo

Do lado dos socialistas, Vítor Pereira apresenta uma equipa renovada

È uma renovação quase total a que foi operada pelo PS na Covilhã. Da equipa que concorreu às autárquicas de 2001 apenas Miguel Nascimento volta a estar presente. O único vereador da oposição na Câmara da Covilhã aparece agora em segundo lugar na lista encabeçada pelo deputado da Assembleia da República, Vítor Pereira.
Pereira apresenta ainda José Serra dos Reis, ex-presidente da Junta de Freguesia das Cortes do Meio e Telma Madaleno, dirigente local da Quercus, na sua equipa à Câmara Municipal da Covilhã. Catarina Ramos Mendes, António Ranito e Hélio Fazendeiro ocupam o quinto, sexto e sétimo lugares da lista de Pereira.
Para o deputado da Assembleia da República “esta é melhor das equipas apresentadas pelo PS”. Uma conclusão retirada dos nomes que compõem as listas à câmara, às juntas de freguesia e também à assembleia municipal.
Foi nesta última que surgiu, ainda assim, a grande surpresa socialista. Depois do nome do Rui Moreira ter sido avançado como cabeça de lista para a assembleia municipal, o lugar vai ser ocupado por Sérgio Saraiva. Segundo o PS, o ministro da Agricultura optou pela não inclusão de nenhum secretário de Estado e director regional que desempenham funções ao abrigo daquele ministério, como é o caso de Rui Moreira, director regional da DRABI. Assim sendo, Sérgio Saraiva é o nome escolhido para a assembleia municipal seguido por João Carlos Correia.
Para o cabeça de lista à Câmara da Covilhã, “esta é uma luta difícil, mas não impossível”. Vítor Pereira acredita numa vitória conseguida em Outubro próximo “numa clara demonstração da Covilhã que não se revê na actual equipa camarária”. Outro dos grandes trunfos lançados pelo PS é o do número de independentes e também “de mulheres, em lugares elegíveis”. Duas novidades que Pereira junta a esta “equipa capaz e abrangente” para conquistar o “campeonato” das próximas autárquicas.




PCP propõem-se servir a comunidade

Aos 35 anos Jorge Fael lidera a lista dos comunistas à Câmara da Covilhã. Actualmente a assembleia municipal tem sido o seu “campo de jogo” nas andanças políticas locais. Fael apresenta-se também como o rosto da oposição, apoiado pelos mais críticos às políticas da actual equipa camarária.
A concorrer a várias freguesias do concelho, mais uma do que nas autárquicas de 2001, o PCP demonstra “que está de boa saúde e que tem equipa”. Fael apresenta para a câmara Marco Gabriel, em segundo lugar. No terceiro posto está António Matos, professor universitário da UBI, Mariana Morais, Neves Dias, Mónica Sardinha e Aniceto Rodrigues, ocupam os restantes lugares.
No que respeita à assembleia municipal, os comunistas avançam com o nome de Carlos Gil que terá como número dois Jorge Fael. O número de jovens e de mulheres nas listas do PCP lideradas por Fael, são as duas maiores apostas dos comunistas. Outros dos trunfos que tem sido lançado pelos representantes do PC tem sido o “da oposição”. Um forte trabalho reivindicativo “feito ao longo de quatro anos na assembleia municipal” parece estar agora na mó de cima para o PCP. Fael acaba por dizer que os eleitos pelo PCP “estão dispostos a servir o concelho, tal como fizeram no passado, no presente e é isso que procurarão fazer no futuro”.



Os mais pequenos da esquerda à direita

Os partidos com menos número de eleitores também preparam a corrida à câmara

A única mulher a concorrer como cabeça de lista à Câmara da Covilhã é candidata pelo Bloco de Esquerda. Ana Monteiro é uma professora de Filosofia que por mais teorias que conheça não consegue encontrar ligação correcta com as políticas operadas pela actual câmara social-democrata. Aos 37 anos, esta docente espera conseguir “mais democracia” num processo político de proximidade, como é o das eleições autárquicas.
Nesta equipa “menos visível” e que estreia o Bloco de Esquerda das andanças autárquicas covilhanenses Ana Monteiro conta com o apoio de Joaquim Silva para a assembleia municipal e “outras tantas pessoas” para a câmara.
De entre as razões de tal candidatura, Monteiro refere uma necessidade “de reforço na ligação entre os covilhanense e os seus políticos locais” como também “uma mudança na política do betão”, adoptada pela autarquia covilhanense, nos últimos anos, segundo esta candidata.
Outro dos partidos a marcar uma das maiores surpresas nesta corrida eleitoral foi o Partido Popular. Nuno Reis é o candidato apresentado pelos democratas cristãos. Com apenas 21 anos de idade, o estudante de Filosofia espera também apresentar novas teorias no panorama político local. Na sua lista à autarquia covilhanense, Reis escolheu Marcos Teotónio Pereira para segundo e Graça Castelo Branco para terceiro lugar. Isilda Barata e João Garrett são os elementos escolhidos para liderar a lista concorrente à assembleia municipal. O nome do candidato à câmara foi conhecido no último dia útil de entrega das listas, já depois de Mota Campos, responsável distrital pelo PP ter dito que não haveria candidato à Câmara da Covilhã. Ainda assim, depois de alguma reflexão, Nuno Reis aceitou o desafio proposto pelo partido a apresenta-se como o mais jovem candidato à autarquia serrana.
A última candidatura surge também no dia limite da entrega das listas. O Partido Popular Monárquico (PPM) surge com o nome de Ricardo Torrão para encabeçar uma lista concorrente à Câmara da Covilhã. Este gestor de seguros, espera agora contar com o apoio dos monárquicos para levar as suas ideias políticas a bom termo. Com 28 anos, este foi o candidato encontrado para liderar a equipa do PPM que conta ainda com Nuno Estrela e Daniel Bonina, entre outros.