E continua a onda revivalista. Depois de White Stripes, Strokes, Datsuns, Vines e companhia terem desenterrado um estilo de rock declarado “morto” lá para a década de 70, eis que surgem novos arqueólogos a explorar o mesmo templo. Chamam-se 22-20's – nome tirado de uma canção blues de Skip James –, são ingleses e são muito bons.
E como nestas coisas do revivalismo a tentação “obriga” a comparações, convém, pois, estabelecer o respectivo paralelismo. Então, se pensarmos nos Strokes como os “novos” Rolling Stones, ou nos Datsuns como uns Deep Purple renascidos, os 22-20's, pelo que se pode constatar pelo álbum, homónimo, de estreia, serão a segunda encarnação dos míticos Creedence Clearwater Revival. Aliás, é impossível ouvir “Such a fool”, a segunda faixa do disco, sem que a imagem de John Fogerty a berrar “I put a spell on you” nos assalte.
A banda é boa, muito boa até, e o disco tem bons momentos – “Shoot your gun” e “Why don't you do it for me”, só por si, fazem valer a pena a compra. O problema, que não é exclusivo dos 22-20's, mas de todas as bandas do movimento revivalista, é que não há um riff de guitarra, uma linha de baixo ou um break de bateria que não tenha já sido usado centena e meia de vezes ao longo dos últimos 40 anos.