Quem estava à espera de um Frank Black a praticar rock puro, duro e surrealista vai ter mesmo de se contentar com o regresso dos Pixies aos palcos. Isto porque, na continuação da sua carreira a solo, o vocalista da mítica banda de Boston opta por um registo assumidamente mais soft e intimista.
“Honeycomb”, o 11º álbum a solo de Black, é, provavelmente, um dos melhores do cantor/autor. Mas não pelas razões que tornaram famosos os anteriores. “Honeycomb” é um típico disco Nashville e um tributo àquela cidade americana que deu vida a nomes como Patsy Cline, Willie Nelson, Steve Earle ou Mindy Smith, entre outros. Num registo mais próximo do country que, propriamente, do rock , Frank Black revela uma nova faceta da sua personalidade através de canções bem arranjadas, elegantes e sofisticadas.
Os mais antigos seguidores do compositor poderão, talvez, sentir-se defraudados. Mas a verdade é que “Honeycomb” é um excelente registo que, para além de provar a polivalência de Black, mostra como se pode “abraçar” a mudança sem pôr em causa a qualidade final.