De acordo com o jornal inglês The Sunday Times , as estradas do nosso País, em particular o IP5, estão entre as vias mais perigosas do mundo. Portugal é citado como tendo a maior taxa de mortalidade por acidentes de viação da União Europeia (dados de 2000). Em cada mil milhões de quilómetros feitos nas auto-estradas portuguesas morrem 14 pessoas, ao passo que na Grã-Bretanha se registam apenas dois mortos, pelo mesmo número de quilómetros. Isto significa o triplo do número de mortos quando se compara o nosso País com a Grã-Bretanha.
O IP5, descrito como a principal ligação entre Portugal e o resto da Europa, é uma das estradas em que se encontram mais dificuldades na condução, e onde já morreram 400 pessoas desde a sua abertura ao tráfego há 10 anos, segundo o jornal. Piores que IP5, só mesmo uma estrada localizada na Bolívia, considerada a mais perigosa do mundo, e outra no Sul de Espanha, que liga Málaga a várias cidades turísticas como Torremolinos e Marbella.
A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) contesta esta classificação. Segundo o secretário-geral da PRP, José Miguel Trigoso, o IP5 é muito mediático, mas nem sequer em Portugal foi a estrada com maior sinistralidade face ao volume de trânsito. Associá-lo às estradas mais perigosas do mundo “ é um disparate”, diz o especialista ao Público . Para José Trigoso o IP5 é a única via que tem um terço de pesados e que tem zonas onde é difícil ultrapassar. “Às vezes formam-se filas atrás dos pesados e há pessoas que perdem a cabeça e ultrapassam onde não podem fazê-lo”, salienta ainda ao mesmo diário.
Quanto à indicação de que terão morrido 400 pessoas em acidentes ocorridos no IP5 na última década, o especialista considera que é impossível, embora no momento não disponha de número exactos. Actualmente, entre a Guarda e Vilar Formoso, o IP5 está já transformado em auto-estrada. |