Armandino Susano, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do sector Têxtil da Beira Alta explica que esta atitude se deve "à inflexibilidade da administração da empresa em informar os trabalhadores e de satisfazer os compromissos salariais". E refere que os trabalhadores têm atrasado o pagamento de metade do mês de Maio, o salário de Julho e subsídio de férias".
Numa situação de salários em atraso, os trabalhadores podem suspender o contrato de trabalho, tendo a empresa que preencher um formulário, fornecido pelos centros de emprego, onde reconhece que tem salários em atraso. Assim, os trabalhadores ficam inscritos no fundo de emprego, mantendo, no entanto, o vínculo à empresa. Se a empresa pagar os salários em atraso, os trabalhadores retomam o posto de trabalho. Após 60 dias da suspensão do contrato de trabalho, o trabalhador pode rescindir contrato com justa causa.
Armandino Susano salienta que a Sotave está a beneficiar do programa de formação contínua de trabalhadores FACE que envolve a Segurança Social e o Centro de Emprego da Guarda e que prevê no seu clausulado que "os salários sejam mantidos em dia, o que não está a ser cumprido". O sindicalista admite que a situação venha a ser oficialmente denunciada junto daquelas entidades "dado o incumprimento por parte da empresa do estipulado no programa FACE".
A SOTAVE-Sociedade Têxtil dos Amieiros Verdes é a maior empregadora de Manteigas. |