Mais duas centenas de pessoas estão agora no desemprego
Na Sotave
Trabalhadores suspendem contratos

Os cerca de 200 trabalhadores da fábrica têxtil Sotave, de Manteigas, decidiram na passada semana suspender os contratos de trabalho em resposta à situação de salários em atraso.


NC / Urbi et Orbi


Armandino Susano, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do sector Têxtil da Beira Alta explica que esta atitude se deve "à inflexibilidade da administração da empresa em informar os trabalhadores e de satisfazer os compromissos salariais". E refere que os trabalhadores têm atrasado o pagamento de metade do mês de Maio, o salário de Julho e subsídio de férias".
Numa situação de salários em atraso, os trabalhadores podem suspender o contrato de trabalho, tendo a empresa que preencher um formulário, fornecido pelos centros de emprego, onde reconhece que tem salários em atraso. Assim, os trabalhadores ficam inscritos no fundo de emprego, mantendo, no entanto, o vínculo à empresa. Se a empresa pagar os salários em atraso, os trabalhadores retomam o posto de trabalho. Após 60 dias da suspensão do contrato de trabalho, o trabalhador pode rescindir contrato com justa causa.
Armandino Susano salienta que a Sotave está a beneficiar do programa de formação contínua de trabalhadores FACE que envolve a Segurança Social e o Centro de Emprego da Guarda e que prevê no seu clausulado que "os salários sejam mantidos em dia, o que não está a ser cumprido". O sindicalista admite que a situação venha a ser oficialmente denunciada junto daquelas entidades "dado o incumprimento por parte da empresa do estipulado no programa FACE".
A SOTAVE-Sociedade Têxtil dos Amieiros Verdes é a maior empregadora de Manteigas.